O crescimento econômico do País irá se acelerar ao longo dos próximos trimestres. A afirmação foi feita pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao falar sobre perspectivas da economia nacional durante a solenidade de lançamento, nesta segunda-feira, das novas cédulas de R$ 10 e R$ 20.
Ele destacou que, conforme estimativas dos próprios participantes do mercado, no final deste ano e início de 2013, o Brasil estará crescendo em torno de 4% em termos anualizados. Lembrou que, ainda de acordo com esses analistas, o País crescerá acima de 4,5% no primeiro semestre de 2013, na comparação com igual período de 2012. Citou também que as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas recentemente apontam para um crescimento da economia brasileira de 4,6% em 2013.
Ele citou que, nos últimos 12 meses, foram criados quase um milhão e duzentos mil novos postos de trabalho e que a taxa de desemprego está em nível historicamente baixo. "A renda real do trabalhador está em ascensão; cresceu 3,2% nos últimos 12 meses, entre outros fatores, em virtude da queda da inflação. Dessa forma a massa salarial real cresceu 5,1% nos últimos 12 meses", ressaltou.
O segundo conjunto de fatores, na opinião de Tombini, é o custo do dinheiro e preços cadentes. "Temos impulsos monetários e fiscais já introduzidos, cujos efeitos ainda não se manifestaram plenamente", declarou. "O Banco Central já reduziu em 450 pontos a taxa básica de juros da economia e flexibilizou as regras dos recolhimentos compulsórios, liberando em torno de R$ 60 bilhões, melhorando assim as condições de liquidez da economia", acrescentou.
Como resultado dessa estratégia, argumentou o presidente do BC, os juros aos consumidores estão em queda e a margem cobrada pelos bancos, o spread, segue em desaceleração. "Esse movimento, combinado à queda da inflação, que contribui para elevar o ganho real dos salários, permite uma reorganização dos balanços das famílias."
Quanto à inadimplência, mostrou-se otimista. "As informações preliminares de junho já mostram redução no nível de atraso superiores a 90 dias, que é o indicador tradicional de inadimplência. E redução ainda mais acentuada no nível de atrasos entre 15 a 90 dias. Esse cenário abre espaço para a realização de novas contratações, em condições melhores de custo e prazo e, consequentemente, para a manutenção de uma expansão moderada do crédito."
Estímulos
Há, ainda, outro fator que ajuda na demanda interna: a política fiscal. Tombini citou que há diversas iniciativas voltadas à desoneração do custo de produção e de estímulo ao investimento. "Tradicionalmente, os efeitos das ações de política monetária se manifestam com defasagens. Mas em um ambiente internacional adverso como o atual, que tem afetado a confiança dos empresários, o comércio externo e as condições de financiamentos nos mercados internacionais, os canais de transmissão dessas políticas não têm operado em sua plenitude e, aparentemente, as defasagens têm sido maiores do que em situações de normalidade."
Ainda que reconheça e admita o "atraso" na reação da economia, Tombini mantém o discurso otimista. "Apesar desse retardo, a economia já vem parcialmente respondendo aos estímulos introduzidos e essa resposta tende a se intensificar." Entre os argumentos listados, observou que "a indústria neste segundo semestre está com estoques em níveis mais adequados, após um processo de ajuste que se iniciou em meados de 2011 e, por isso, terá melhores condições de responder com ampliação da produção à expansão da demanda nos próximos trimestres".
Reação também pode ser vista em outros segmentos. "O setor agrícola também deverá contribuir positivamente, após a forte retração observada no primeiro trimestre deste ano em função de fatores climáticos. E o setor de serviços tende a manter seu dinamismo."