O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, anunciou nesta terça-feira, durante divulgação das contas externas, que julho registra saldo negativo de US$ 1 028 bilhão na conta do turismo no exterior, conforme dados atualizados até o dia 20. O valor foi gerado pelas despesas de brasileiros no exterior, que somou US$ 1,401 bilhão e, ao mesmo tempo, a receita obtida com estrangeiros em viagem ao Brasil, que alcançou US$ 373 milhões.
Rocha anunciou, ainda, que o mês de julho deve terminar com déficit na conta de viagens em torno de US$ 1,5 bilhão, comparável com o resultado de igual mês de 2011, quando a conta ficou negativa em US$ 1,75 bilhão.
O executivo do BC também anunciou que a conta de serviços financeiros registra saldo positivo de US$ 19 milhões em julho até o dia 20. Outros itens da conta de serviços apresentam saldo negativo no mesmo período: computação e informação (US$ -152 milhões), royalties (US$ -132 milhões) e aluguel de equipamentos (US$ -518 milhões).
Câmbio - De acordo com Rocha, a alta do dólar afetou o estoque de investimentos estrangeiros diretos e em ações. O IED, por exemplo, caiu US$ 92 bilhões no segundo trimestre em relação ao verificado no final de março. Em relação às ações, recuou US$ 95 bilhões no mesmo período de comparação.
A redução desse estoque é um dos fatores que têm contribuído para diminuir as remessas de lucros e dividendos para o exterior segundo Rocha. Os outros fatores são a desaceleração da economia brasileira, que afeta o lucro das empresas e o efeito do câmbio sobre os valores remetidos, afirmou.
"As remessas têm três determinantes. Temos remessas sobre estoque menor. A taxa de crescimento mais moderada da economia afeta os lucros. E a taxa de câmbio, na conversão de reais para dólares, contribui para reduzir os fluxos", afirmou.