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Estado de Minas

Faturamento da indústria de máquinas cai 0,5% em junho

Importações mantêm setor aquecido, apesar da produção em baixa. Mais de 7 mil funcionários já foram demitidos


postado em 26/07/2012 06:00 / atualizado em 26/07/2012 06:44

As vendas da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil estão dependendo da importação de produtos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em junho, o faturamento do setor caiu 0,5%, em comparação com maio. Entretanto, em relação ao mesmo mês de 2011, houve crescimento de 3,8%. No ano, o avanço foi de 2,1%. Ao contrário do que parece, os resultados não significam que o setor está mantendo um dinamismo saudável. É que o faturamento do segmento tem como base a importação e não o aumento da produção, o que já rendeu 7.081 demissões no pátio fabril de outubro de 2011 até agora.

Nos primeiros seis meses do ano, em comparação com igual período de 2011, os destaques na elevação das vendas foram válvulas (18%) e máquinas agrícolas (11,5%). Do lado negativo, chama a atenção o desempenho de máquinas para plásticos (-69,2%) e de máquinas têxteis (-30,4%). “O resultado desse período foi divergente entre os diversos setores que compõem a indústria de máquinas e equipamentos”, diz a associação.

Um dos exemplos mais marcantes da contradição é no segmento de máquinas agrícolas. A elevação do faturamento em 18% entre janeiro e junho, frente os seis primeiros meses do ano passado, esconde um aumento de importações da ordem de 50,6%. “Estamos vendo mês a mês o crescimento da importação no nosso setor. As exportações registraram queda de 3,4% no primeiro semestre, mesmo com a mudança no câmbio”, afirma Celso Cassale, presidente da Câmara de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq. Para ele, essa curva em ascensão é procupante porque o mercado brasileiro está deixando de atender a industria nacional de máquinas e equipamentos. “São máquinas que chegam dos Estados Unidos e da Europa. Isso mostra a perda de competitividade da indústria brasileira por causa do custo Brasil.”

O nível de capacidade instalada caiu para 76,8% em junho – queda de 6,6% em comparação com igual mês do ano anterior. É o sexto resultado negativo do ano. “Esse resultado está muito abaixo do apurado em 2009, período mais grave da crise financeira global. Com esse número, não dá para manter a folha de pagamento. Quando os empregados são dispensados, o uso da capacidade instalada aumenta”, explica José Velloso Dias Cardoso, vice-presidente da entidade. Os setores de produção mais baixa são motos e motobombas, máquinas para plástico e para têxteis.

A balança comercial das indústrias de máquinas e equipamentos fechou o primeiro semestre com um déficit de US$ 9,2 bilhões – 5,2% a mais que igual período de 2011. O resultado é fruto de um aumento de 11,6% nas exportações, que alcançaram US$ 5,9 bilhões de janeiro a junho. Esse desempenho não foi suficiente para fazer frente á elevação das importações, que somaram US$ 15,2 bilhões, um avanço de 7,6% sobre o primeiro semestre de 2011.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos atingiu, no fim do mês passado, R$ 9,458 bilhões, queda de 8,3% ante maio, aponta a Abimaq. Em relação ao mesmo mês de 2011, houve um crescimento de 7,6%. Nos seis primeiros meses do ano, o consumo aparente totalizou R$ 54,8 bilhões, uma alta de 9,17% ante igual período do ano anterior.


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