A inadimplência nos financiamentos imobiliários - considerando contratos com mais de três prestações em atraso - se manteve estável ao longo do primeiro semestre, de acordo com pesquisa divulgada na manhã desta quinta-feira pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em junho, a inadimplência no setor chegou a 1,9%, taxa muito próxima aos 2,0% vistos no fim de 2011.
"O crédito imobiliário continua com a menor inadimplência em comparação com as outras carteiras de crédito", apontou o presidente da associação, Octavio de Lazari Junior, durante entrevista à imprensa. Em junho, a inadimplência no cheque especial ficou em 11,6%, enquanto a do crédito pessoal foi de 5 7% e a de veículos, 6%, segundo dados divulgados nesta manhã pelo Banco Central.
O valor médio dos empréstimos para compra de imóveis no País cresceu de R$ 168 mil em 2011 para R$ 184 mil no primeiro semestre de 2012, segundo a Abecip. No fim de junho, esse montante representava em média 63,2% do valor total da moradia adquirida. A relação entre o valor financiado e o valor dos imóveis se manteve praticamente estável nos últimos anos, passando de 61% em 2009 para 63% em 2011.
"Isso mostra que o brasileiro ainda é bastante conservador no financiamento de imóveis. Ele procura usar a poupança e o FGTS para dar uma entrada, buscando financiar o menor valor possível" avaliou Lazari. "Isso também dá mais tranquilidade e segurança para as instituições que concedem o crédito. Em outras linhas, como o financiamento de veículos, é mais comum o crédito chegar a 80% ou 100% do valor do automóvel, o que tem contribuído para alta da inadimplência", apontou.
O presidente da Abecip também estimou que o preço dos imóveis está chegando a um patamar próximo da estabilidade. "O crescimento agora será marginal, semelhante ao dos índices de inflação", disse. Segundo ele, a escalada no preço dos imóveis nos últimos anos e o arrefecimento do mercado são os principais fatores que contribuem para a estabilização dos preços. "Não existe mais espaço para o crescimento exponencial visto antes", acrescentou, ponderando também que não há previsão de queda nos preços.
A participação dos imóveis novos no total de financiamentos aumentou de 35% em 2011 para 38% no primeiro semestre de 2012, enquanto os imóveis usados passaram de 65% para 62% no mesmo período.