Estão previstas novas manifestações de caminhoneiros nas rodovias mineiras nesta sexta-feira. O terceiro dia de movimento deve causar ainda mais transtornos aos viajantes que passarem pelas estradas, que registraram vários trechos de retenção nesta quinta-feira por causa dos protestos. De acordo com José Acácio Carneiro, presidente regional do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), órgão que lidera o movimento de abrangência nacional, a partir das 7h, caminhoneiros farão bloqueios para mostrar sua indignação com o preço do óleo diesel, a condição das estradas do país, o aumento do frete e, principalmente, a legislação que regulamenta as horas de trabalho dos motoristas.
Os caminhoneiros que passavam pelos locais onde havia manifestação eram convidados a aderir ao movimento e os carros eram liberados para passar. Em Igarapé, alguns veículos de carga que furaram o bloqueio foram apedrejados pelos manifestantes, que também queimaram pneus. A Polícia Militar e a PRF foram acionados. O trecho da BR-381 em João Monlevade, tembém foi cenário da manifestação de 8h às 15h de hoje. Motoristas enfrentaram trânsito intenso na região.
Manifestação
11.442, a resolução 3.056 modificou uma palavra no texto original, o que afetou diretamente o preço do frete. Inicialmente, apenas empresas que tivessem o transporte de carga como atividade principal poderiam exercer a função, mas, a resolução deu brecha para que qualquer pessoa possa trabalhar como caminhoneiro ao substituir o termo atividade principal por atividade econômica. Segundo entendimento da categoria, a mudança na legislação possibilita que mais de 600 mil veículos de cargas entrem no mercado, inchando o setor e causando redução brusca no valor do frete.
A categoria também diz que é necessário exigir experiência mínima de três anos para se dirigir em estradas, além de curso preparatório especial, habilitação específica e comprovação de renda. De forma compensatória, o governo criou a legislação para regulamentar a profissão de motorista profissional. Entre outros pontos, eles serão obrigados a descansar 30 minutos a cada quatro horas de direção e têm o direito de repouso diário mínimo de 11 horas. O descumprimento dessas normas caracteriza infração grave e o infrator estará sujeito a penalidades e medidas administrativas, como multas e até mesmo a retenção do veículo. Apesar de considerar positiva a normatização, o sindicato dos caminhoneiros critica a falta de estrutura rodoviária para dar garantias ao cumprimento da legislação como estava previsto inicialmente.
Em nota, Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) afirmou que no mês que vem será realizado fórum do transporte de cargas para a discussão das novas regras de regulação do setor e “o equacionamento de outras demandas”. Além disso, a agência reguladora disse estar à disposição dos transportadores para discutir e efetivar medidas que visem “harmonizar” os interesses de prestadores e usuários do serviço.