A pressão dos caminhoneiros por melhores condições de trabalho continua nesta sexta-feira e o protesto gera muitos transtornos no trânsito, principalmente na BR-381 (Rodovia Fernão Dias), em direção a São Paulo. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o tráfego está totalmente fechado na altura das cidades de Igarapé e em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nem carros pequenos estão sendo autorizados a passar e o congestionamento em Igarapé passa de seis quilômetros e, em Itatiaiuçu, são cerca de 13 quilômetros, nos dois sentidos. A rodovia também está fechada em Carmópolis de Minas, na Região Centro-Oeste, no sentido São Paulo. O congestionamento na rodovia chega a oito quilômetros. Os caminhoneiros começam a se concentrar também na BR-040, no trevo de Itabirito e Ouro Preto. A BR-040, na altura do Parque do Rola Moça, no sentido BH/Rio de Janeiro também parou assim como a MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais.
A categoria reivindica a regulamentação efetiva da profissão, critica a lei que possibilita a entrada de qualquer pessoa no mercado e a inexistência de acostamentos e pontos de apoio nas margens das estradas, que colocam em risco a vida dos usuários e impede a parada obrigatória do motorista a cada quatro horas de viagem.
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De acordo com José Acácio Carneiro, presidente do regional do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), a categoria hoje está pagando para trabalhar e vai para as estradas no vermelho. Nélio Botelho, presidente nacional da entidade, calcula que, em média, o excesso de oferta de fretistas reduziu o valor do frete em 35% no país. Houve registros de bloqueios de rodovias e queda no movimento de caminhões em ao menos quatro estados, concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Além de Minas, foram afetados Espírito Santo (Cachoeiro de Itapemirim , Iconha e Linhares) e Paraná (rodovia que leva ao porto de Paranaguá, ao Mato Grosso e ao Paraguai).
Abastecimento
A greve dos caminhoneiros pode afetar a vida dos brasileiros de pelo menos três formas. Em primeiro lugar, caso a paralisação se fortaleça e se estenda por mais dias, há um risco de desabastecimento generalizado no país. Isso acontece porque mais de metade do transporte de cargas no país é feito pelo modal rodoviário, cerca de 25% por ferrovias e pouco menos de 15% por meios aquaviários. Diante do peso do transporte de cargas nas estradas, caso os preços do frete sejam reajustados, o consumidor pode acabar pagando mais essa conta. Isso sem contar os transtornos decorrentes da paralisação nas rodovias.
Transtornos
Ontem, o segundo dia da greve dos motoristas também foi marcado pela lentidão e engarrafamentos nas rodovias em vários partes do país. Em Minas, foram ao menos 5 pontos de paralisação. Em Minas Gerais, o maior engarrafamento ocorreu na BR-381 (Rodovia Fernão Dias) , em direção a São Paulo, que chegou a ter 19 quilômetros de extensão, indo do KM 513 até o KM 496. No início da noite, as pistas no sentido São Paulo-BH já estavam liberadas. No sentido contrário, por volta das 19h, apenas uma faixa estava liberada e, mesmo assim, só para ônibus e automóveis. Os caminhões permaneciam estacionados na pista, em fila indiana. Em Carmópolis de Minas, no mesmo horário, havia um congestionamento de 2,5 quilômetros.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), caminhoneiros também fecharam parcialmente o trecho leste da BR-381, próximo a João Monlevade., onde as filas chegaram a 4 quilômetros nos dois sentidos. Outros pontos do protesto foram a BR-365 (Anel Rodoviário, próximo ao Viaduto da Mutuca), de onde os caminhoneiros se dirigiram para a BR-040, no trevo de Itabirito e Ouro Preto, que ficou fechado por 15 minutos. Em Conselheiro Lafaiete também houve paralisação durante poucos minutos.
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