O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo suas previsões sobre a Espanha nesta sexta-feira e disse que prevê agora um recuo de 1,7% do PIB em 2012 e de 1,2% em 2013, devido às novas medias de rigor, fazendo também um alerta sobre as tensões que sofre o país nos mercados.
Até agora o FMI previa um retrocesso do PIB espanhol de 1,5% em 2012 e de 0,6% em 2013.
"As tensões nos mercados podem acentuar-se ainda mais e ameaçar o acesso ao mercado", disse o FMI em seu relatório anual sobre Espanha, pedindo que, para acalmar os ânimos, sejam aplicadas a tempo as decisões da reunião (europeia do final de junho) e que seja aprimorada a união fiscal e bancária a nível europeu.
A Espanha, imersa na crise desde o estouro da bolha imobiliária em 2008, concentra atualmente todas as atenções dos mercados, tendo que pagar juros cada vez mais altos para se financiar, o que põe em perigo sua capacidade de obter liquidez.
Apesar destas dificuldades, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Saénz de Santamaría, insistiu nesta sexta-feira: "Não vai haver um resgate global do país nem o resgate é uma opção".
O FMI disse ainda que espera que o país cumpra com seu objetivo de déficit público de 6,3% do PIB em 2012 e se desvie pouco em 2013 (4,7% do PIB frente a uma meta de 4,5%).
Já em 2014, o déficit deve ser superior ao 2,8% fixado, com 3,6%, e só ficaria abaixo da barreira de 3%, como recomenda Bruxelas, em 2016, prevê o organismo.
A taxa de desemprego da Espanha, por sua vez, subiu no segundo trimestre a 24,63%, contra 24,44% no trimestre anterior, apesar das habituais contratações de temporada vinculadas ao turismo, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira.
Em um país afetado pela recessão, o número de desempregados chegou a 5.693.100 no fim de junho, um ritmo menor que no primeiro trimestre, informou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Entre abril e junho, 53.500 pessoas perderam o emprego, contra 365.900 entre janeiro e março. O número de famílias nas quais todos seus integrantes se encontram desempregados continua aumentando, para um total de 1.737.600, cerca de 9.300 a mais que no primeiro trimestre.
Também nesta sexta-feira, o CaixaBank, terceiro banco espanhol por capitalização na Bolsa, anunciou uma queda 77,9% do lucro no segundo trimestre em consequência das reservas exigidas pelo governo para enfrentar os passivos imobiliários. O banco registrou um lucro de 118 milhões de euros. No primeiro semestre do ano, o banco registrou um retrocesso de 80,1% no lucro. O Caixabank informou que nos primeiros seis meses do ano acumulou 2,736 bilhões de euros de reservas para proteger os ativos imobiliários.