O presidente paraguaio, Federico Franco, que assumiu após a destituição de Fernando Lugo por julgamento político, sugeriu que o Mercosul afasta o Paraguai para possibilitar a entrada da Venezuela no bloco, em uma entrevista divulgada neste domingo pelo jornal argentino La Nación.
"O problema do Mercosul não é o Paraguai, o problema é a Venezuela. Temos 7% do PBI da Venezuela, então nos veem como crianças, mas somos crianças orgulhosas de nossa soberania", afirmou Franco.
O bloco regional se reunirá na próxima terça-feira no Brasil para selar a entrada da Venezuela como membro pleno do bloco, como ficou estabelecido na última cúpula presidencial realizada no mês passado na província argentina de Mendoza (oeste).
Nessa cúpula Brasil, Argentina e Uruguai decidiram suspender o Paraguai do Mercosul até que o próximo presidente assuma após as eleições de abril de 2013, por considerarem que Lugo não teve direito à defesa no julgamento político que o destituiu em 22 de junho.
O Senado paraguaio se negava a ratificar a entrada da Venezuela no bloco desde 2006.
"A situação está complicada (com o Mercosul). Gostaria que as relações com Argentina e Brasil, que sempre foram respeitosas e harmônicas, tivessem permanecido dessa forma", disse Franco.
O mandatário voltou a rejeitar a decisão do Mercosul de suspender o Paraguai e defendeu o processo ao qual Lugo foi submetido.
"Espero que logo entendam que esta é uma decisão soberana feita conforme a lei", disse ao reafirmar que "o Paraguai não aceita orientações estrangeiras".