Os motoristas que vão utilizar as rodovias de Minas Gerais no retorno das férias escolares devem ficar atentos às novas manifestações de caminhões. De acordo com José Acácio Carneiro, presidente regional do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), o protesto da categoria vai ser retomado nesta segunda-feira. A decisão foi tomada em uma reunião com cerca de 300 caminhoneiros na tarde deste domingo, em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A insatisfação da categoria é por conta das novas medidas do governo que tratam da profissão. Um dos pontos polêmicos é a regulamentação do horário de trabalho prevista na Lei 12.619, que regulamenta a profissão de motoristas profissionais com vínculo empregatício e no Projeto de Lei 271 do senador Paulo Paim (PT), que criou o estatuto do motorista profissional.
Ambos impõem regras de descanso e limitam a jornada de trabalho dos caminhoneiros. A lei determina que os profissionais contratados poderão ter jornada diária de 10 horas (oito normais e mais duas extras), com descanso de 30 minutos a cada quatro horas e que o intervalo para almoço deve ser de uma a duas horas. Já os caminhoneiros autônomos poderão trabalhar até 12 horas, com descanso de 30 minutos a cada quatro horas. Eles serão obrigados a fazer 11 horas de descanso ininterrupto a cada 24 horas.
Transtornos
Em Minas, os usuários enfrentaram longas filas de congestionamentos em algumas regiões. Os manifestantes bloquearam a BR-381 (Fernão Dias), ligação entre BH e São Paulo, e a BR-040, que liga a capital mineira ao Rio de Janeiro.
Houve protesto ainda na MG-050, no Centro-Oeste, e na BR-116, em Governador Valadares. Tendo como estratégia a paralisação de pontos cruciais e sua liberação depois da chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os caminhoneiros – ou parte da categoria – obrigaram a todos a compartilhar do seu protesto.
Na Fernão Dias, as filas ultrapassavam os 40 quilômetros de extensão e viagens previstas para durar seis horas chegaram ser concluídas em 26 horas.