A Espanha não pedirá ao fundo de resgate europeu para "que compre dívida", afirmou o secretário-geral do Tesouro espanhol, Íñigo Fernández de Mesa, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal de economia Expansión.
"Não está na agenda da Espanha a solicitação de ajuda ao fundo, nem muito menos que este compre dívida", afirmou Mesa. "Isso não aconteceu e garanto que não acontecerá", completou.
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou no domingo em uma entrevista ao jornal francês Le Figaro que a Eurozona está disposta a ativar pela primeira vez o FEEF para permitir-lhe comprar dívida soberana nos mercados.
A zona do euro atuará de acordo com o Banco Central Europeu (BCE), disse.
Contudo, para ativar esse mecanismo, a Espanha terá que apresentar um pedido, ao que Madri tem se negado até o momento, temendo que sua economia seja posta sob tutela com novas condições em matéria de reformas macroeconômicas.
Também será preciso que haja uma análise da situação pelo BCE.
O presidente da instituição, Mario Draghi, afirmou na semana passada que a instituição fará "tudo o que for necessário para preservar o euro". "E acreditem em mim, será suficiente", afirmou.
Em meados de março, o BCE congelou seu programa de compra de obrigações, iniciado em 2010 e estendido até o verão passado, para conter a alta das taxas de juros na Espanha e na Itália.
Graças a estas declarações, as vivas tensões às quais a Espanha estava submetida nos mercado da dívida relaxaram.
Após ter alcançado níveis recordes, a mais de 7,5%, as taxas de juros dos bônus espanhóis a dez anos recuaram, mas permanecem próximas de 7%, um nível considerado insustentável no médio prazo.
"Uma taxa de 7% não corresponde com os fundamentos da economia espanhola. E, portanto, deveria ser corrigida, e não muito tarde", disse Fernández de Mesa.
A Espanha, que já cobriu 68% de seu programa de financiamento para 2012, fará na quinta-feira uma nova emissão de títulos da dívida, que será mais um teste, pois contará, entre outros, com bônus a dez anos.