O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas) criticaram as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a situação dos empregos no setor automotivo. Ao lado do diretor da General Motors, Luiz Moan, o ministro afirmou, nesta terça-feira que o setor está cumprindo sua parte na manutenção do nível de ocupação e que a GM está com saldo positivo de empregos. "O ministro diminui a si próprio, assumindo o papel de mero porta-voz da GM", disse em nota o sindicato e da central.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região disse que o ministro desconsiderou não só os números do Caged, como também a realidade dos trabalhadores da montadora em São José dos Campos. "Caso o governo federal prossiga com a postura de mero espectador, esses números poderão dar um salto ainda maior", disse a nota. O sindicato alega ainda que Mantega "não se dignou a receber a representação dos trabalhadores para ouvir o ponto de vista" e pede uma audiência com o governo.
Junto com a Conlutas, o sindicato argumenta que a manutenção de postos de trabalho é papel do governo federal "principalmente quando este mesmo governo beneficia as indústrias com bilhões de reais do dinheiro público, repassados em forma de isenção fiscal", em referência à desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O benefício vale até o fim de agosto.
Produção para em protesto
Os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos pararam por uma hora a produção nesta terça-feira em mobilização pela defesa do emprego. A paralisação foi aprovada em assembleia e as linhas de produção voltaram a operar às 6h50. O dia de hoje conhecido como Dia Nacional de Luta, consta no calendário das mobilizações dos servidores federais.
A próxima reunião entre a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região está marcada para sábado, ainda sem local e horário definidos. As duas partes devem apresentar propostas para avançar na negociação.