A indústria automobilística começa a reduzir os seus estoques, mas não o suficiente para aumentar significativamente a produção de automóveis. A atividade apresentou alta de 3% na passagem de maio para junho, após queda de 3,2% em maio ante abril. Esse desempenho influenciou diretamente o resultado de bens de consumo duráveis, cuja produção cresceu 4,8% na margem e caiu 6% em relação a junho de 2011.
"Utilizando dados de estoque da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), observamos que as vendas em junho se deram em um porcentual elevado. A produção não avançou na mesma magnitude do licenciamento porque os estoques estavam mais elevados, mas houve algum tipo de crescimento", afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.
Ele ressaltou que a base de comparação é favorável. "É claro que houve uma mudança de comportamento, mas esse crescimento se dá sobre uma base que tinha se depreciado em meses anteriores. Precisamos relativizar se há transferência direta da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a produção do mês seguinte."
Para Macedo, ainda não há um aumento significativo da produção que permita relação direta com a redução do IPI. "Certamente, reduzindo os estoques, é retomada a produção. Com o estoque regulado, a produção pode seguir o seu rumo. Mas, não necessariamente é o que vai acontecer. Temos que ficar de olho no que acontecerá nos próximos meses", destacou.