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Estado de Minas

Redes de varejo criam opções para cliente levar as compras para casa

Medida tem sido tomada diante da insatisfação dos consumidores por não receber as sacolinhas de graça


postado em 03/08/2012 06:00 / atualizado em 03/08/2012 06:52

Dois dias depois de o MP estadual proibir a venda das sacolas compostáveis, varejo anuncia que vai dividir com o consumidor o custo da medida(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Dois dias depois de o MP estadual proibir a venda das sacolas compostáveis, varejo anuncia que vai dividir com o consumidor o custo da medida (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 

Dois dias depois de o Ministério Público (MP) estadual proibir a venda das sacolas compostáveis comercializadas principalmente em supermercados, padarias, farmácias e drogarias, grandes redes do varejo anunciaram que vão dividir com o consumidor o custo da medida. No primeiro dia da medida, clientes estavam insatisfeitos diante da falta de alternativa para levar as compras para a casa. A rede de supermercados Super Nosso informou que a partir de hoje começa a valer nas 14 lojas do grupo campanha para facilitar o uso da sacola retornável. Consumidores que gastarem acima de R$ 100 vão ganhar a sacola vendida por R$ 3,99 para carregar as compras.

Os Supermercados BH estão distribuindo gratuitamente o estoque de sacolas compostáveis enquanto reforçam o uso das retornáveis com uma campanha promocional. Nas compras acima de R$ 50, o consumidor leva de brinde a sacola ecológica vendida nas 44 lojas da rede a R$ 1,98. Embalagens de papel também foram intensificadas em farmácias e drogarias de menor porte, e, em grande redes do setor, a sacola compostável estava embalando as compras dos clientes, sem custos.

A Associação de Farmácias e Drogarias de Minas Gerais (Asfad) disse que a ideia agora é reforçar a embalagem de papel que passou a ser fabricada nos tamanhos pequeno, médio e grande. “Mesmo quando a venda era permitida, a cobrança criou um constrangimento para o comércio, uma vez que o cliente já estava consumindo no estabelecimento”, afirmou o diretor da associação, Guilherme Augusto Macedo.

O Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma-MG) ressaltou que cada empresa vai buscar alternativas próprias para a embalagem, cumprindo a determinação de não vender o produto. Ontem, consumidores que fizeram compras na Drogaria Araújo receberam a sacolinha compostável gratuitamente para acomodar as mercadorias. A empresa não comentou o tema. Informou que ainda está avaliando medidas.

Com o carrinho cheio, a comerciante Flávia Castro defende o uso das sacolas retornáveis, mas pondera que vez ou outra o item fica para trás. Ontem, ela não planejava fazer compras, passou no supermercado para comprar pão, acabou gastando R$ 136 e teve que levar produtos soltos no carrinho. “Nestes casos, o supermercado deveria doar as sacolas. O consumidor está prestigiando o estabelecimento e já comprou a sacola retornável.”

Mãe e filha, Márcia e Renata Araújo aderiram à sacola ecológica. Acham que o consumidor tem que ser ambientalmente consciente, mas acreditam que a partir de agora os supermercados vão intensificar o apoio na formação do hábito. “As redes estão pressionadas. Existe muita concorrência. Quem não aderir vai perder clientes”, diz Márcia.

Cartel

Em Belo Horizonte está proibida a venda de qualquer embalagem compostável, só vale a distribuição gratuita. O plástico comum também é vetado por lei municipal. Desde 1º de agosto, o Procon Estadual proibiu a cobrança das sacolas, baseado em argumentos ambientais e econômicos. Segundo o promotor Amauri Artimos da Matta, responsável pela medida cautelar, as sacolas compostáveis não estavam cumprindo sua função ecológica porque em BH não há usina compostável. Os preços foram nivelados a R$ 0,19, o que abriu suspeitas de formação e cartel. Segundo o MP, faltou ao varejo dar sua contrapartida oferecendo embalagens gratuitas e ambientalmente corretas.


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