Levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Fundação Getúlio Vargas mostra que 48,9% dos consumidores que tinham dívida em julho deverão quitar as prestações em até três meses. "Isso ajuda a economia brasileira, pois o consumidor pode voltar a ter maior disposição para comprar depois de pagar as dívidas", afirmou a coordenadora do estudo da FGV, Viviane Seda.
Os demais consumidores com compras a prazo estão divididos entre os que possuem prestações com vencimento entre 3 e 6 meses (28 4%), entre 7 e 12 meses (12,6%) e acima de 12 meses (10,1%). O levantamento da FGV analisou o endividamento das famílias a partir da Sondagem de Expectativas do Consumidor, realizada por amostra de cerca de 2.000 domicílios em sete das capitais do País, entre os dias 2 e 20 de julho.
O estudo mostrou ainda que apenas 3,3% dos entrevistados possuem dívidas que comprometem entre 51% e 100% do orçamento. A parcela dos que têm prestações a pagar que superam a renda mensal é ainda menor, de 0,9%. A maior parte dos consumidores (29,2%) afirmou que as compras parceladas comprometem até 10% da renda do mês e para 24,8% o comprometimento fica entre 11% e 50%.
As famílias com menor poder aquisitivo são as mais endividadas. Entre os que ganham até R$ 2.100 mensais, 6,8% comprometem mais de 51% da renda com compras a prazo. No grupo dos que ganham mais de R$ 9.600 por mês, essa porcentagem cai para 1,5%.
Apesar disso, o grupo com maior parte de consumidores (41,9%) que não têm compras parceladas em seu nome é o daqueles que ganham até R$ 2.100. "Esse é um grupo que não tem muito perfil de comprar parcelado porque seu maior gasto é com alimentação, luz, água. Sobra pouco para se endividar", disse a coordenadora do estudo.