Federico Franco diz não se importar em ficar de fora "dos coquetéis em Brasília, Buenos Aires e Montevidéu". O Mercosul, justifica o médico que há pouco mais de um mês governa o Paraguai, deixou de ser um bloco comercial para virar "um clube ideológico, de amigos". Mas Franco se ajeita na cadeira e sobe o tom ao falar do mais novo convidado aos coquetéis sul-americanos o presidente Hugo Chávez, a quem acusa de ser antidemocrático e de apoiar "terroristas" na Colômbia e, indiretamente, no Paraguai.
Na semana em que a Venezuela entrou no Mercosul, à revelia do Paraguai, Franco recebeu a reportagem em Mburuvicha Roga - "casa do chefe", em guarani, residência oficial do presidente. Segundo ele, a prioridade continua sendo "arrumar a casa" e não a política externa. "Vamos continuar o trabalho em nome do desenvolvimento. Em um mês, conseguimos, por exemplo, ampliar a arrecadação, algo fundamental para resolver o desafio social que temos. Isso demonstra nossa credibilidade e o fato de que o governo efetivamente se ocupou das questões internas mais urgentes. Lamento não poder participar de alguns coquetéis em Brasília, Buenos Aires ou Montevidéu. Mas nossa prioridade é outra", afirmou.