A Itália precisa de apoio moral da Alemanha, não financeiro, disse o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, em entrevista neste domingo. Em vez de oferecer dinheiro, a Alemanha deveria dar aos países da zona do euro - que estão fazendo as reformas necessárias - mais liberdade de ação, disse Monti à revista alemã Der Spiegel.
Ele declarou também que pretende permanecer no cargo até 2013. "Eu espero que até lá eu possa salvar a Itália da ruína financeira com o apoio moral de alguns amigos europeus, especialmente da Alemanha. Mas digo claramente: apoio moral, não financeiro", afirmou o premiê.
Nos últimos meses, a Alemanha tem se oposto aos pedidos de Monti e de outros líderes do bloco para instituir títulos comuns à zona do euro. Monti disse que está preocupado com o sentimento antialemão e contrário a Angela Merkel no Parlamento italiano e que já falou sobre o assunto com a chanceler alemã.
A Alemanha tem simpatia pela situação italiana, disse Monti na entrevista, mas ele afirmou também que tem a impressão de que a maioria dos alemães acredita que a Itália recebeu ajuda financeira da Alemanha ou da União Europeia, o que não é o caso.
Ele lembrou que a contribuição alemã para os esforços de resgate do euro ajudaram seus próprios bancos, que investiram na Grécia e em instituições gregas. A Alemanha também lucrou com as baixíssimas taxas de juros aplicadas à dívida de seu governo, acrescentou.