O dólar recua no exterior e também na abertura do mercado doméstico de câmbio. O clima positivo persiste nesta terça-feira, apesar dos números fracos da economia na Europa. O euro e algumas moedas correlacionadas com commodities, assim como as bolsas europeias e os índices futuros em Nova York, sustentam ganhos com a perspectiva de que o Banco Central Europeu poderá voltar a comprar bônus de países endividados da região e a atender eventual demanda por ajuda financeira de algum país membro. O volume financeiro movimentado, no entanto, pode continuar fraco com muitos participantes em férias neste período.
No mercado futuro da BM&FBovespa, o dólar para setembro de 2012 abriu a R$ 2,0380, em baixa de 0,17%. Até 9h18, testou mínima de R$ 2,0360 (-0,27%) e máxima de R$ 2,0385 (-0,15%). Para um operador de câmbio de um banco, o recuo da moeda norte-americana deve ser limitado pela convicção dos participantes de que o governo e o Banco Central estão dispostos a defender a marca de R$ 2,00. Na segunda-feira, essa percepção ganhou mais um reforço nas palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Mantega reiterou que um dos principais "vetores" que estão ajudando a melhorar a competitividade da economia nacional é a relativa perda de força do câmbio. "A desvalorização do real torna o produto brasileiro mais competitivo e isto também está ocorrendo fortemente. Estamos com o câmbio acima de R$ 2,00 já há algum tempo e isso vai dando competitividade para a indústria, tanto para a exportação como para o mercado interno", comentou.
Nos Estados Unidos, os dados do mercado de trabalho em julho acima do esperado ajudam a compor o cenário benigno. Também reforçam expectativas sobre a apresentação nesta terça-feira à tarde, do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke. Ele falará sobre educação em economia e finanças durante evento com professores na sede do Fed, em Washington. Mas todos vão procurar sinais em sua fala sobre quando o Fed poderá adotar novas medidas de estímulo à economia.
Na zona do euro, Itália, Reino Unido e Alemanha apresentaram indicadores fracos, porém, a esperança de alguma solução mais ampla para as dívidas soberanas se sobrepõe. O Produto Interno Bruto (PIB) da Itália teve contração de 0,7% no segundo trimestre deste ano, sobre o primeiro, e de 2,5% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto a produção industrial do país diminuiu mais que o esperado em junho. No Reino Unido a produção industrial teve em junho o maior declínio mensal desde novembro de 2008. Na Alemanha, as encomendas à indústria caíram 1,7% em junho ante maio, em termos ajustados. A queda foi maior do que a de 1,0% prevista pelos economistas.
Em Nova York, às 9h10, o euro estava em US$ 1,2432, ante US$ 1,2402 no fim da tarde de segunda-feira. A moeda norte-americana perdia 0,17% ante o dólar australiano; recuava 0,23% em relação ao dólar canadense; cedia 0,4487% diante da rupia indiana; e declinava 0,08% ante o dólar neozelandês.
No Japão, o governo estendeu uma medida para melhorar a competitividade de seus produtos, que tem efeito sobre o câmbio. Foi ampliado até março de 2013 o programa de empréstimo de dólares criado em agosto de 2011. Por meio do financiamento de uma parte dos negócios das companhias japonesas no exterior, o programa incentiva essas empresas a adquirir mais dólares - o que fortaleceria a moeda dos EUA contra o iene. Às 9h10, o dólar subia a 78,4625 ienes, de 78,24 ienes na véspera.