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Estado de Minas

Bovespa monitora exterior para definir rumo do dia


postado em 09/08/2012 11:25

Depois de operar descolada dos mercados internacionais nos últimos dois dias, a Bovespa redireciona o foco para o exterior, onde os investidores ainda digerem os dados econômicos da China e dos Estados Unidos. Os números fracos sobre a atividade e a inflação chinesas e a relativa estabilização no mercado de trabalho norte-americano divergem as interpretações entre os agentes financeiros quanto à iminência de medidas adicionais de estímulo por parte dos principais bancos centrais do mundo, o que deixa os negócios locais sem uma direção definida para o dia. Por volta das 10h05, o Ibovespa caía 0,52%, aos 58.643,23 pontos, na mínima.

Desde a madrugada até a manhã desta quinta-feira as duas maiores economias do mundo anunciaram dados econômicos de peso. O gigante emergente reportou crescimento menor que o esperado da produção industrial em julho, no menor patamar em três anos, bem como desaceleração da inflação ao consumidor e das vendas no varejo, o que reforçou a expectativa de que Pequim anuncie novas medidas de afrouxamento monetário em breve e motivou as bolsas asiáticas. A Bolsa de Hong Kong fechou no maior nível desde o início de maio e a de Xangai avançou pelo quinto pregão seguido.

Já os EUA informaram uma queda nos pedidos semanais de auxílio-desemprego, contrariando a previsão de alta, além de redução do déficit comercial em junho para o menor nível desde 2010, com as exportações alcançando patamar recorde. No horário acima, o futuro do S&P 500 tinha leve baixa de 0,10%. A Europa, por sua vez, não mostra empolgação com as palavras do membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), de que a autoridade monetária está preparada para intervir "muito rapidamente". A Bolsa de Frankfurt caía 0,74%, ainda no mesmo horário.


O analista da Socopa Corretora Marcelo Varejão lembra que a tônica recente dos mercados financeiros têm sido de interpretar dados em linha ou melhores que o esperado das principais economias do mundo como um indício de recuperação da atividade, ao passo que números fracos, abaixo do previsto, alimentam esperanças de ações dos BCs. Para ele, enquanto esses indicadores continuarem sem apontar para um sentido único, os ativos de risco vão oscilar da euforia à frustração em intervalos curtos.

"É preciso que esses dados mostrem consistência ou fraqueza para construir uma tendência", disse. Assim, comenta Varejão, a Bolsa segue sem viés definido e oscilando ao sabor do humor dos mercados internacionais, diante da ausência de mudança do conjuntura macroeconômica global. "A Bolsa se recuperou muito rápido, o que abre espaço para uma realização de lucros, mas ainda tem fôlego para subir mais", completou, acrescentando que essa mesma percepção é válida para as principais ações brasileiras.

Segundo análise gráfica da Um Investimentos, o próximo objetivo do Ibovespa ronda a média móvel de 200 dias (MM200), em torno dos 59,2 mil pontos. Porém, semanalmente, o índice à vista perdeu a tendência de alta que vinha apresentando e segue em um movimento de acumulação no curto prazo. A conferir.


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