Itália não precisa apelar aos fundos de resgate da zona do euro, porque a ação do Banco Central Europeu (BCE) pode ser suficiente para aliviar a tensão nos mercados de títulos soberanos da região, afirmou o ministro da economia italiano Vittorio Grilli, em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, publicada neste domingo.
"Os instrumentos do BCE, quando operacionais, podem aliviar substancialmente a pressão nos spreads", disse Grilli, referindo-se aos spreads crescentes entre os rendimentos dos bônus da Alemanha e da Itália. "Temos um superávit primário significativo e no próximo ano vamos alcançar o equilíbrio orçamentário em termos estruturais", explicou o ministro. "A única coisa que precisamos é que os mercados continuem a confiar em nós e que os investimentos em nosso país sejam mantidos".
Grilli disse ainda que "se (o BCE) interviesse nos mercados de dívida soberana para estabilizá-los, isso estaria perfeitamente dentro do seu poder... (porque) a alta volatilidade nas taxas de juros dos países da zona do euro torna complicado, se não impossível, mudar corretamente o tom das políticas monetárias".
O ministro afirmou ainda que o governo está planejando vender ativos estatais, especialmente imóveis, para reduzir a dívida em um ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) por ano durante os próximos cinco anos, como parte do plano de reduzir a relação dívida/PIB em 20 pontos porcentuais no período.
No entanto, o ministro disse que o governo estuda outras propostas de redução do endividamento. "Estamos em conversações com aqueles que nos criticaram por sermos excessivamente prudentes", afirmou Grilli. Na entrevista, ele destacou ainda que não há planos de introdução de um imposto sobre fortunas na Itália