O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, a iniciativa privada vai corresponder ao Programa de Investimentos em Logística, anunciado hoje pelo governo federal. Apesar de considerar o programa como “ousado”, Godoy o classifica, também, como “factível”.
“O plano é factível, mesmo porque a iniciativa privada nunca deixou de corresponder ao chamamento do governo nos casos de concessões. É isso o que vai acontecer. Tendo regras claras, segurança jurídica e rentabilidade adequada, haverá empresas que vão se responsabilizar [por ele] e financiadores”, disse o presidente da Abdib.
Na avaliação de Godoy, o governo deu “sinal claro [aos empresários] de que haverá uma ampliação do modelo de concessão”. “Com isso, vamos completar um ciclo muito importante na área de transporte para ver se, em cinco anos, melhoramos a competitividade da economia e diminuímos o custo da logística. Acho que em cinco ou seis anos já vamos sentir melhorias na competitividade da economia brasileira.”
Desconsiderando a área de petróleo e gás, estima-se que o Brasil precise investir nos próximos cinco anos apenas em infraestrutura de transporte o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano, para atingir o patamar do Chile, conforme Godoy. "Se atingirmos 6%, chegaremos ao patamar da China.”
Apesar da crise financeira internacional, o empresário acredita que o plano poderá ser beneficiado com investimento externo. “A única alavanca que deveremos ter [do exterior] será na emissão de debêntures de infraestrutura. Vamos procurar vender para investidores externos. Vai ser a maior contribuição que o setor de crédito internacional dará ao programa”. Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz com terceiros.