A grande surpresa na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a retomada nas vendas dos supermercados em junho, depois do recuo em maio. A avaliação foi feita no começa da tarde pelo economista-sênior do Bradesco, Robson Pereira. Em sua opinião, em grande medida, o mercado foi "induzido" a uma previsão menor para as vendas no comércio varejista por causa dos dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com maio deste ano, o indicador apresentou queda de 5,47%, conforme a entidade.
Pelos dados do IBGE, as vendas de hiper e supermercados subiram 0,70% em junho, depois de uma retração de 0,30% em maio. "Naturalmente, com esse erro na PMC restrita, também erramos na PMC ampliada (inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção)", disse. Em um número mais amplo, que contempla, além de hipermercados e supermercados, os produtos alimentícios, bebidas e fumo, a pesquisa do instituto constatou avanço de 0,80% em junho ante queda de 0,10% em maio.
Pereira ressaltou que, nos últimos meses, tem ocorrido um certo descolamento entre os dados da Abras e os números da PMC, que são usados como indicador coincidente pelo IBGE. "Ainda que saibamos que sigam metodologias diferenciadas", ponderou.
As altas de 1,50% na margem e de 9,50% na comparação interanual nas vendas restritas ficaram distantes dos números estimados pelo Bradesco, de queda de 0,30% e expansão de 6,50%, respectivamente. Para as vendas no comércio no conceito ampliado a expectativa do banco era avanço de 4,30% em junho contra maio e crescimento de 10,50% no confronto com junho de 2011. O IBGE divulgou altas de 6,1% e de 12,3%, respectivamente.