As bolsas europeias fecharam em alta, com destaque para a Bolsa de Madri, em meio às especulações de que o país está mais perto de pedir formalmente uma ajuda financeira internacional, o que levaria o Banco Central Europeu (BCE) a intervir no mercado por meio de grandes compras de bônus. Sinais de novas medidas de estímulo econômico na China também contribuíram para o desempenho positivo das ações.
O índice Stoxx Europe 600 fechou o dia com alta de 0,3%, aos 271,22 pontos, depois de oscilar entre pequenas altas e baixas na maior parte da sessão. Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 subiu 4,05%, para 7.417,30 pontos, enquanto o yield (retorno ao investidor) dos bônus de dez anos do país diminuiu 13 pontos-base, para 6,51%, segundo a Tradeweb. A Espanha estaria perto de pedir ajuda sob os termos do acordo internacional de até 100 bilhões de euros para o sistema bancário do país, segundo a agência Bloomberg.
Também circularam nos mercados informações sobre o relatório de um instituto que teria afirmado que o BCE embarcará em grandes compras de bônus da Espanha assim que o país pedir ajuda. "Ainda não foi feito um pedido formal de ajuda, porém mais detalhes deverão surgir nos próximos dias. Por enquanto, tem havido uma reação muito positiva nos mercados", comentaram corretores da Alpari UK.
Declarações do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, ajudaram a sustentar o sentimento positivo. Wen afirmou que vê um crescente espaço para relaxamento da política monetária, sugerindo que o governo pode agir para impulsionar o crescimento econômico chinês. Mineradoras, que são bastante sensíveis às notícias da China - um grande consumidor de recursos naturais -, foram as principais beneficiadas pelas expectativas de mais medidas de relaxamento monetário no país.
Em Londres, Kazakhmys subiu 2,8% e Evraz avançou 2,7%, enquanto o índice FT-100 de Londres fechou o dia em alta de 0,03%, aos 5.834,51 pontos. Dados divulgados hoje mostraram que as vendas no varejo do Reino Unido cresceram 0,3% em julho, na comparação com junho, e 2,8% em relação a julho do ano passado, acima das estimativas dos analistas. No setor bancário, Lloyds Banking Group ganhou 3,2% e Royal Bank of Scotland teve alta de 2,6%.
Os bancos também apresentaram fortes ganhos na Bolsa de Milão, onde UniCredit avançou 4,9% e Intesa Sanpaolo registrou +4,6%. O índice FTSE MIB subiu 1,87%, para 14.930,30 pontos. A Bolsa de Paris fechou com o índice CAC-40 na máxima de 3.480,49 pontos, uma alta de 0,91%. Crédit Agricole subiu 4,6% e BNP Paribas avançou 2,1%. Em Lisboa o índice PSI-20 terminou o dia com +0,43%, aos 4.849,98 pontos.
O índice DAX de Frankfurt superou brevemente o patamar de 7.000 pontos e chegou à máxima de 7.001,40 pontos, antes de reduzir a alta e fechar com +0,71%, aos 6.996,29 pontos. Merck KGaA subiu 3,6%, após ter a recomendação para suas ações elevada de "underweight" para "neutra" pelo JPMorgan Cazenove. Entre os bancos, Deutsche Bank avançou 3,0% e Commerzbank ganhou 3,4%.