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Estado de Minas

Economia brasileira mostra recuperação

Prévia do PIB do Banco Central registra expansão de 0,75% em junho na comparação com maio, na maior alta em 15 meses. Governo comemora, mas analistas ainda esperam mais


postado em 18/08/2012 07:22

Brasília – Parece que a economia brasileira está, enfim, conseguindo sair do fundo do poço. E tudo graças ao consumo das famílias, que, incentivadas pelo governo, não estão deixando de comprar. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem mostrou pequena recuperação da economia em junho. O índice fechou o mês passado com alta de 0,75% na comparação com maio. Foi a maior alta em relação ao mês imediatamente anterior dos últimos 15 meses.

Sabendo com antecedência o resultado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se sentiu à vontade para garantir, em discurso no 22º Congresso da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), que o crescimento econômico do país vai se acelerar ao longo dos próximos trimestres. Tombini observou para a platéia de executivos que os estímulos já introduzidos na economia ainda não se manifestaram plenamente sobre a atividade econômica.

“Passamos o cabo da Boa Esperança e, no segundo semestre, estaremos com a economia crescendo mais do que no primeiro”, afirmou o ministro, após participar de evento com superintendentes do Banco do Brasil, em São Paulo, ao comemorar o resultado do IBC-Br de junho. Para Mantega, a recuperação da economia brasileira se torna mais nítida.

“Agora começamos a colher resultados de várias ações empreeendidas pelo governo desde a metade do ano passado... (Há) vários dados dizendo: olha, realmente a economia voltou a se aquecer, mas acho que temos que continuar tomando medidas”, acrescentou Mantega, referindo-se a novas desonerações. Mas ele disse que o governo não pensa, ainda, em prorrogar a redução nas alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) do setor automotivo, que vence dia 31.

Em Alagoas, a presidente Dilma Rousseff elogiou a postura de empresários brasileiros que continuam investindo apesar da crise internacional ao inaugurar uma fábrica de PVC da Braskem. “Nosso país tem tido empresários que continuam investindo, mesmo considerando o cenário externo”, disse ela na cerimônia. “É por isso que o Brasil continua sendo um dos países que mais vai crescer e que tem tido uma postura de combate à crise que se caracteriza pela ampliação do investimento.” Dilma disse ainda que “O Brasil começa a reagir de forma mais significativa aos estímulos adotados pelo governo desde o ano passado”.


Prazo Mas, para garantir a aceleração da atividade, os programas já anunciados pelo governo e os outros ainda em gestação têm que dar resultados no curto prazo. Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimento, o resultado no IBC-Br foi bom, acima do esperado, mas ainda muito aquém do que o país necessita. “ Este resultado foi alcançado com o desempenho favorável do varejo, que já havia surpreendido os analistas. A maioria esperava uma retração de -0,3%, mas veio uma alta de 1,5%”, explicou o economista.

Perfeito chama a atenção para o fato da variação anual estar ainda muito baixa. No acumulado do ano o crescimento apontado pelo IBC-Br é de 0,87% e, nos últimos 12 meses, de 1,20%. “O governo, o BC principalmente, tem que fazer muito ainda para a atividade entrar nos trilhos”, afirmou.

Jankiel Santos, do BES Investimento, acredita que é muito provável que a economia brasileira comece agora a responder aos incentivos dados pelo governo. Com retardo, o mercado de trabalho já mostrou uma tímida reação, assim como as vendas no varejo, dado o incentivo do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Mas como o Produto Interno Bruto (PIB) tem uma concentração maior do setor industrial que o medido pelo IBC-Br, Jankiel acredita que o crescimento ainda vai decepcionar.

Diante de um IBC-Br mais robusto, Santos acredita que os analistas do mercado financeiro podem começar a deixar o pior para trás, mas reconhece que é muito pouco provável qualquer elevação das previsões de crescimento para o PIB este ano.


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