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Estado de Minas

À espera de encomendas, indústria quer manter IPI menor para salvar o Natal


postado em 20/08/2012 07:02 / atualizado em 20/08/2012 07:05

Produtores de fogões e geladeiras querem manter corte no imposto para aumentar as vendas (foto: Gladystor Rodrigues/EM/D.A Press)
Produtores de fogões e geladeiras querem manter corte no imposto para aumentar as vendas (foto: Gladystor Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Brasília – Diante do pífio desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país até agora, os varejistas colocaram as barbas de molho. Em vez de começar a fazer as encomendas para o Natal em julho, como acontece normalmente, eles adiaram os pedidos para ver como a economia se comportará no segundo semestre. Analistas, no entanto, são pessimistas em relação à possibilidade de que o nível da atividade se recupere a ponto de assegurar um fim de ano melhor do que o de 2011. Esse é mais um indicador, entre muitos, de que a indústria brasileira terá (muita) dificuldade de compensar o péssimo resultado verificado na primeira metade do ano, quando a produção recuou 3,8%.

“Para não tomarmos nenhuma decisão precipitada vamos esperar a reação da economia para então pensar nas vendas de dezembro”, destaca o vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Whirlpool Latin America, Armando Ennes do Valle Júnior. O executivo da empresa dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid ressalta que a indústria ficaria satisfeita se o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) permanecesse reduzido para salvar as vendas de fim de ano de fecharem no vermelho, como quase ocorreu em 2011, ano em que a Whirlpool registrou crescimento zero.

Assim como a Whirlpool, todas as demais empresas do setor apostam as fichas na prorrogação do IPI por pelo menos dois meses. O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, ressalta que a medida é essencial para que os dois segmentos fechem o ano com um crescimento nas vendas de até 20%. “A continuidade da redução do imposto, principalmente, nos produtos essenciais de uso dos consumidores, como máquinas de lavar e televisões, será vital para que o comércio tenha um desempenho melhor neste ano”, destaca. Por outro lado, enfatiza, se o governo mantiver o prazo em relação ao imposto, o Natal pode não ser tão bom. “As próprias decisões do governo, bem como os reflexos das medidas adotadas, vão determinar um novo cenário econômico”, conclui Kiçula.

Para o diretor do Departamento Econômico da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Denis Ribeiro, a demora em fazer as encomendas de fim de ano deve-se ao fato de as empresas estarem aguardando definições da área econômica. “As empresas esperam para ver como as coisas funcionam em outubro, novembro”, acredita. Ribeiro afirma que, para levantar a indústria, o governo precisa mostrar ao consumidor que a economia vai melhorar.

Até o momento, no entanto, os indicadores não são favoráveis ao setor industrial. Um dos primeiros sinais de aquecimento são as vendas de papel ondulado, usado nas embalagens. De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), Ricardo Trombini, até agora não houve indícios de recuperação: “O mercado continua andando de lado. Não há indicação de que as empresas estejam se preparando para um Natal melhor”. Em julho, as vendas de papel ondulado se mantiveram estáveis em relação ao mesmo mês do ano passado. “Não estamos esperando surpresas na economia até o fim do ano. O Natal será parecido com o de 2011. As vendas serão mornas, com um crescimento, mas nada substancial”, prevê.

Na estrada
Outro indicador que poderia dar algum alento à indústria é o de circulação nas estradas do país. No entanto, esse tampouco mostra perspectivas positivas. O índice ABCR, da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, apontou avanço de 4% no movimento em julho de 2012, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa elevação, entretanto, deveu-se ao incremento na circulação de veículos leves (5,3%). O trânsito de veículos pesados aumentou apenas 0,7%. “O bom indicador relacionado aos veículos leves deve-se ao incremento na renda das famílias. Mas a circulação de pesados não subiu, um reflexo de que a indústria não conseguiu uma retomada”, aponta o economista da consultoria Tendências Rafael Bacciotti.

 


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