Depois de encerrar a sexta-feira em queda pela terceira sessão consecutiva, o dólar deve ganhar um pouco de terreno ante o real nesta segunda-feira, já que a moeda norte-americana aproxima-se perigosamente do piso informal percebido pelo mercado financeiro de R$ 2,00. Porém, para que esse patamar seja testado, é preciso que o Brasil volte a ser o "queridinho dos investidores" e a confiança quanto à solução para a crise da zona do euro seja restaurada. Por enquanto, esse cenário ainda não é vislumbrado e o câmbio doméstico deve seguir lateral, com um ligeiro viés de apreciação, porém oscilante entre margens estreitas.
Às 9h15, na BM&F Bovespa, o contrato futuro do dólar para setembro de 2012 subia 0,07%, a R$ 2,0235, na máxima, depois de abrir em baixa de 0,02%, a R$ 2,0215, na mínima. Já no mercado de balcão, o dólar à vista abriu em alta de 0,10%, a R$ 2,0170, na máxima.
No exterior, por volta do mesmo horário, o dólar norte-americano caía 0,06% ante o dólar australiano; mas subia 0,06% ante o dólar canadense e exibia +0,05% ante a rupia indiana. Já em relação ao euro, a moeda única caía a US$ 1,2303, de US$ 1,2335 no fim da tarde de sexta-feira em Nova York, a despeito da informação de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria considerando estabelecer taxas de juros de referência para cada país em compras futuras de bônus soberanos.
Por enquanto, o mercado financeiro monitora a série de possíveis catalisadores nesta semana, que podem testar o apetite ao risco dos investidores. Segundo um operador de tesouraria de um banco local, as atenções do dia se voltam para o índice de atividade nacional nos Estados Unidos em julho, que a unidade de Chicago do Federal Reserve publica logo mais, às 9h30. Para ele, se o indicador desapontar pode enfraquecer o dólar. Do contrário, pode beneficiar a moeda norte-americana.
O fato é que os investidores domésticos seguem convictos de que o Banco Central e o governo estão dispostos a intervir no mercado cambial, à medida que o dólar encostar no piso de R$ 2,00 - patamar que se for rompido, não será com facilidade. Portanto, qualquer reação dos mercados internacionais ao noticiário e à agenda econômica do dia pode ser atenuado internamente, diante dessa margem estreita de oscilação. Somado a isso, profissionais do mercado de câmbio destacam a baixa liquidez dos negócios, durante a temporada de verão no Hemisfério Norte, o que inibe movimentos mais acentuados.