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Estado de Minas

Greve da Anvisa afeta fornecimento de reagentes para laboratórios em Minas


postado em 21/08/2012 06:00 / atualizado em 21/08/2012 07:58

Presidente do Sindicato dos Aduaneiros, Frederico Pacediz que prazo de liberação em Confins passou de 5 para 20 dias(foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)
Presidente do Sindicato dos Aduaneiros, Frederico Pacediz que prazo de liberação em Confins passou de 5 para 20 dias (foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)
A greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que completa 34 dias, acendeu a luz vermelha para os laboratórios de análises clínicas, ameaçando a identificação e diagnóstico de doenças. Os efeitos da paralisação chegou também para pesquisa científica. Os reagentes importados usados pelos laboratórios estão retidos nas alfândegas. Em Minas, os produtos não conseguem sair do aeroporto internacional de Confins e já faltam reagentes para exames importantes no diagnóstico médico, como diabetes, toxoplasmose e hemogramas. Segundo o Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas de Minas (Sindlab-MG), produtos usados para a classificação sanguínea também estão na lista dos itens em falta. A greve está prejudicando também os resultados da ciência. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há atraso no cronograma dos experimentos e suspensão de trabalhos.

Os fiscais da Anvisa estão realizando a chamada operação padrão, trabalhando com 70% do efetivo, percentual que até a semana passada era de 50%. Com a demora para liberação da carga, há riscos ainda de perda dos materiais que devem ser mantidos sob refrigeração. Segundo Frederico Pace, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais (SDAMG), o prazo para liberação de produtos em Confins quadriplicou, saltando de cinco para até 20 dias. “Outros produtos que têm prioridade e eram liberados em 24 horas agora estão demorando 10 dias para sair do aeroporto.” Ele explica que o quadro é grave, retendo cargas que vão de protetor solar a equipamentos médicos, itens importados que dependem da liberação sanitária.

O Sindlab está orientando as empresas filiadas a enviar alertas para os planos de saúde. “Também estamos fixando cartazes informativos nas unidades para avisar os pacientes”, informa o presidente Humberto Marques Tibúrcio. Ele diz que as empresas estão preocupadas também quanto aos regentes para exames mais raros, como os processos ligados a atividade imunológica e que têm reposição de estoques mais lenta.

“Todo o material que pedimos há um mês e meio não tem perspectiva de chegar”, comenta Débora Miranda, subcoordenadora do Centro de Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG. Apreensiva, ela explica que 80% dos kits utilizados para pesquisa científica em seu departamento é importado. “Já existe atraso para obtenção de dados e suspensão de pesquisa.” Segundo a pesquisadora, sem garantia de que os produtos vão chegar não há como iniciar os trabalhos. “O Brasil já é conhecido por ter um aquisição lenta de materiais para pesquisa. A situação agora fica ainda pior e nos coloca em uma situação de desvantagem internacional. Perdemos competição com pesquisadores de todo o mundo”, lamenta.

Com a operação padrão a importação da UFMG está levando pelo menos o dobro do tempo. Temistócles Teixeira, gerente de importação da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), diz que o tempo de espera dobrou. Por ano, as compras externas do órgão somam cerca de US$ 20 milhões, sendo o terceiro maior importador para pesquisa do país. “O impacto é grande porque hoje praticamente toda as áreas da universidade, de física à medicina, dependem dos importados.

Enquanto isso...
Negociações com o governo continuam


O comando de greve das agências reguladoras se reúne hoje com o governo federal. Segundo João Medeiros, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) o principal ponto da pauta é a equalização do salário das agências com outras carreiras, como Banco Central e Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). “Os servidores das agências reguladoras recebem cerca de 25% menos.” Para Medeiros, caso haja apresentação de proposta compatível, a greve pode terminar hoje.


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