O plano de negócios da Petrobras para novos projetos na área de energia e gás, listados para o período 2012-2016, está sendo reavaliado pela companhia. Ao todo, os investimentos somam US$ 236,5 bilhões, dos quais US$ 27,5 bilhões estão em análise. Entre os projetos importantes em curso pela estatal e que estão sob avaliação, estão a fábrica de amônia em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e o complexo gás-químico de Linhares, no Espírito Santo. Somados, correspondem a US$ 3,2 bilhões em aportes. A secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, disse que, no caso de Uberaba, o cronograma para a fábrica de amônia está mantido, com os trabalhos seguindo as etapas previstas. “Não temos qualquer comunicado de que haverá mudanças no cronograma”, informou a secretária.
A fábrica de amônia – importante insumo usado na fabricação de fertilizantes – em Uberaba vai fornecer insumos à Vale Fertilizantes. As obras de terraplenagem foram finalizadas e a estatal já teria iniciado a compra de equipamentos importantes para a etapa que compreende as obras civis. José Alcides Santoro, diretor de Gás e Energia da Petrobras, afirmou ontem que projetos da estatal podem não sair do papel se não houver recursos no período previsto para o início das obras. "Se isso ocorrer, ou postergamos ou os projetos voltam para a prancheta para terem seu escopo reduzido."
O cronograma de Uberaba já havia sido postergado de dezembro de 2014 para setembro de 2015. Santoro também afirmou que até 2016 o Brasil será autossuficiente na produção de amônia com a entrada em operação das unidades de fertilizantes nitrogenados em Sergipe e Mato Grosso do Sul.
Atualmente, o Brasil importa 52% do volume de amônia consumido no país e a planta de Uberaba que terá capacidade de produção de 519 mil toneladas ao ano do insumo é decisiva na busca dessa autossuficiência. A fábrica também vai atender às demandas dos estados de Goiás, Mato Grosso e parte de São Paulo. Hoje, a amônia é importada de Trinidad e Tobago e Venezuela, o que faz do Brasil o quarto maior comprador de fertilizantes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.
Santoro afirmou que a terceira fase de investimentos em gás e energia, que se inicia agora, prioriza os fertilizantes. O empreendimento de Linhares, voltado à produção de ureia (outra matéria-prima de fertilizantes e produtos químicos como metanol), está programada para 2017.
Também estão sob reavaliação trechos de gasodutos, um terminal de regaseificação (conversão de gás importado por navios do estado líquido novamente para o gasoso) e três termelétricas. Ao todo, estão em fase de obra projetos com valor de US$ 7,7 bilhões da área de gás e energia, de um total de US$ 208,7 bilhões previstos no plano da Petrobras como empreendimentos em implantação.
Quanto ao gás natural, a Petrobras estima que terá sobra de gás a partir de 2016, situação que se manterá até 2020, pelo menos. O excedente será gerado porque o consumo crescerá num ritmo menor do que a oferta do produto.
INCENTIVO Ontem, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou que o setor de petróleo e gás natural receberá cerca de R$ 10 bilhões de financiamento do banco de fomento.