A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou, ontem à noite, a expropriação da Companhia de Valores Sul-americana, gráfica impressora de papel-moeda e documentos que é alvo de um escândalo que envolve supostos amigos e sócios do vice-presidente da República, Amado Boudou. O caso conhecido como ex-Ciccone também levanta suspeitas de tráfico de influência por parte do vice-presidente.
Por 145 votos a favor e 77 contra, os deputados aprovaram o texto que já havia passado com folga pelo Senado, na semana passada. O Executivo argumentou que a nacionalização da empresa vai recuperar a soberania do Estado na impressão de dinheiro.
Porém, a oposição considera a medida apenas uma manobra para desviar as investigações sobre as supostas irregularidades e fraudes na operação de compra da empresa que estava falida. Segundo os parlamentares opositores, o governo de Cristina Kirchner decidiu estatizar a gráfica como maneira de livrar Boudou da Justiça.
O vice-presidente teria facilitado o negócio para um suposto testa-de-ferro e amigo, Alejandro Vanderbroele, a face do The Old Fund, empresa que controla a gráfica, quando era ministro de Economia (2009-2011).