Apenas horas antes de o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, se reunir com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o membro do Partido Liberal Democrata (FDP) Rainer Bruederle afirmou que não existe apoio do Parlamento alemão para o fornecimento de mais dinheiro ou mais prazo para o governo de Atenas cortar seu déficit orçamentário.
"A Grécia não é competitiva e adiou as reformas por anos", disse Bruederle à rádio alemã Deutschlandfunk. "Mais dinheiro não vai ajudar (...) Não podemos simplesmente jogar dinheiro em um pote sem fundo", acrescentou. O FDP é um parceiro menor da coalizão de governo de Merkel.
Bruederle, ex-ministro da Economia no governo de Merkel, afirmou que chegou o momento de a Grécia arregaçar as mangas e realizar o trabalho necessário para tornar a economia local competitiva. "A decisão sobre se a Grécia quer ficar na zona do euro depende de Atenas", disse. "Nós queremos mais Europa, mas os países membros precisam observar as regras", destacou.
Comentando sobre uma reportagem do jornal Financial Times Deutschland que afirmou que o Ministério de Finanças da Alemanha teria criado um grupo de trabalho para estudar o impacto de uma saída da Grécia da zona do euro, Bruederle disse que não tem conhecimento desses planos, mas que seria "completamente normal" o ministério se preparar para essa emergência.
Depois de se encontrar hoje com a chanceler alemã, Samaras deverá se reunir com o presidente da França, François Hollande, amanhã. Merkel e Hollande conversaram ontem e demonstraram união enviando a clara mensagem para a Grécia de que os dois países, que são a base da ajuda financeira internacional para a zona do euro, insistem que o governo grego continue implementando as dolorosas reformas na economia.