A União Europeia (UE) está estudando "ideas" para um plano de resgate à Espanha na forma de intervenção dos mercados, o que levaria a novas condições macroeconômicas, afirmou nesta sexta-feira uma fonte europeia. Ao mesmo tempo, Madri nega a existência negociações nesse sentido.
"Não há negociações formais porque não há demanda formal da Espanha por um plano de resgate, mas há ideias que estão sendo levadas em consideração", disse uma fonte europeia que não quis se identificar.
A Zona Euro já deu seu acordo no dia 20 de julho a um plano de ajuda de até 100 bilhões de euros para os bancos espanhóis, um setor muito debilitado pelo estouro da bolha financeira. Contudo, a pressão continua aumentando para que Madri peça um resgate de sua economia além do setor bancário.
Segundo uma fonte europeia, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, "parece estar preparando a opinião pública" antes de pedir ajuda, depois de ter dito durante muito tempo que seu país não precisaria de um resgate.
"A opção mais plausível não é a de um programa completo (de ajuda), mas sim a redação de um memorando (com novas condições) para um programa limitado de intervenção nos mercados", disse essa fonte.
As negociações entre Espanha e Bruxelas estariam agora na fase de definir as condições. "Rajoy diz que fez tudo o que lhe pediram, mas tem que convencer seus sócios europeus", em particular a Alemanha, disse esta fonte.
As condições à Espanha poderão incluir recomendações já feitas há alguns meses pela Comissão Europeia em matéria de aposentadoria e de liberalização de algumas profissões ou setores, como o gás ou a eletricidade.
Contudo, perguntado nesta sexta-feira sobre o possível resgate a Espanha, Simon O'Connor, o porta-voz do comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, disse que não existe "nenhuma negociação em curso sobre nenhum programa de ajuda à Espanha". "A Espanha não fez nenhuma demanda neste sentido", disse o porta-voz.
O mesmo disse o governo espanhol, que negou nesta sexta-feira a existência de "negociações em curso" sobre um possível resgate global. "A Comissão Europeia não mantém negociações com a Espanha sobre nenhuma assistência além da concedida para apoiar os bancos", disse a porta-voz do governo espanhol, Soraya Saénz de Santamaría, após o Conselho de Ministros.
Nesta sexta-feira a agência de classificação financeira, Fitch, anunciou que manterá a nota soberana da Espanha se o governo pedir um resgate global de sua economia, uma ilustração da pressão que sofre o país para que peça o regate. Na quarta-feira, a Standard and Poor's havia dito a mesma coisa.