O Banco Central Europeu (BCE) se manterá nos limites de seu mandato e só atuará no mercado da dívida de forma paralela aos fundos de resgate, declarou nesta segunda-feira Jorg Asmussen, membro da direção do BCE, em resposta a críticas do Bundesbank. "O BCE precisa ter total independência", afirmou Asmussen em um discurso em Hamburgo (norte).
O presidente do BCE, Mario Draghi, que fará sua próxima coletiva de imprensa dia 6 de setembro, deu a entender, no começo de agosto, que estaria disposto a atuar para aplacar as tensões na Zona Euro, deixando entrever assim, que seria possível comprar obrigações públicas. Tal perspectiva foi criticada pelo Banco Central Alemão, o Bundesbank, intransigente quanto à adoção de medidas extraordinárias frente à crise.
Em entrevista à revista alemã Spiegel, publicada nesta segunda-feira, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, considerou que a compra de obrigações do Estado na Zona Euro por parte do BCE se "assemelha ao financiamento dos Estados através de uma máquina de fabricar dinheiro" e a comparou inclusive com uma droga que pode se tornar um vício.
Asmussen afirmou que o BCE "atuará somente de forma paralela com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) ou com seu sucessor, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE)". Ele também reiterou que, nesse caso, os Estados devem realizar de forma oficial, um pedido de ajuda e cumprir com certas condições de política financeira.