Os fiscais federais agropecuários decidiram manter a greve e recusaram, em assembleia, a proposta apresentada pelo governo. Apesar de verem avanço na oferta de ser adotada a remuneração na forma de subsídio, que corrige a atual situação de pagamento por salário e gratificações, a regra de entrada para o novo sistema foi considerada insatisfatória. Isso levou à decisão de manter o movimento iniciado no dia 6 de agosto.
Em assembleia convocada pelo o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) em todos estados e no Distrito Federal, a proposta do governo foi colocada em votação nessa segunda-feira. Houve participação maciça dos profissionais, com a presença de 1.728 fiscais em todo o país, diante de um universo de 3.904 aptos a votar, entre ativos e aposentados. Dos presentes, 904 votaram contra a aceitação da oferta e 761 a favor.
A ANFFA Sindical continua aberta a negociações e, segundo seu presidente, Wilson Roberto de Sá, busca entendimento com o governo. “As conversas começaram no início de 2011 em torno das reivindicações para melhorar o serviço que prestamos à sociedade, mas se arrastaram até julho sem uma solução, o que levou à greve”, afirma o presidente.
No dia 10 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou liminar determinando retorno ao trabalho de 100% dos fiscais federais agropecuários em portos, aeroportos, fronteiras, estabelecimentos de abate, e de 70% de profissionais em outras áreas. A liminar do STJ está sendo cumprida desde a publicação.
Os Fiscais Federais Agropecuários atuam na fiscalização, em todo o território nacional, na segurança sanitária de plantações e rebanhos, na inspeção e certificação sanitária de produtos de origem animal e vegetal – nacionais e importados – consumidos pela população e também dos produtos agropecuários brasileiros exportados para todo o mundo. O trabalho contribui para que empregos e renda possam ser gerados no meio rural e urbano, para os saldos positivos na balança de exportações e para que a agropecuária seja responsável por 40% do Produto Interno Bruto brasileiro.