Brasília – Os desafios de competitividade enfrentados pelo país refletem uma mudança de patamar de sua economia, que exige severas decisões para serem superados. A avaliação foi feita ontem em Brasília pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, após um rápido encontro com a presidente Dilma Rousseff. "O Brasil conquistou um progresso extraordinário nos últimos 20 anos e os problemas advindos desse crescimento estão evidentes, como os da educação, da infraestrutura e do ambiente de negócios. A questão colocada é como passar do atual nível econômico para um outro maior", disse.
Estrela entre os palestrantes do congresso organizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), Blair informou que teve uma "conversa construtiva" com Dilma acerca dos impactos da crise da Zona do Euro sobre as economias mundial e brasileira, entre outros assuntos. "Todos os países têm de encarar hoje a necessidade de mudar para ganhar competitividade. O povo geralmente não gosta de mudanças, mas é impossível ficar parado quando o mundo em volta muda de forma tão rápida", explicou.
OLIMPÍADAS Sem querer endossar a comparação de Dilma com sua antecessora Margaret Thatcher acrescentou que cada governo tem sua estratégia, com análises que vão além do matiz ideológico. "O que se coloca para os governos é como transformar ideias em ação", resumiu. Sobre as Olimpíadas em 2016, Blair, que é conselheiro da Prefeitura do Rio, contou que seu país teve "um dia de alegria" no anúncio da escolha como sede "e sete anos de duro trabalho".
"Apesar dessas preocupações, no fim, o resultado foi excelente. Vocês passarão pelo mesmo processo, com muitas críticas e dificuldades, mas tudo dará certo. O Rio é uma cidade fantástica. Todo mundo vai querer estar lá, inclusive eu", revelou.