A taxa de desemprego em Belo Horizonte subiu para 5% em julho ante os 4,8% em junho, segundo Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo o coordenador técnico da pesquisa, Plínio Campos de Souza, a alta de 0,3% no nível de desocupados já era esperada e é considerada normal para julho e para um período de incertezas em relação à retomada da economia. "No primeiro semestre, a economia não cresceu tanto. Além disso, julho é um mês de férias, com poucas datas interessantes, inclusive para o comércio", afirma. O técnico ressalta que todas as expectativas estão voltadas para o segundo semestre. "A partir de agora há indicação de crescimento da economia e esperamos fechar o ano com a taxa menor do que a do ano passado", conclui.
Em julho, o número de ocupados na região metropolitana apresentou ligeira redução em relação ao mês anterior (0,3%) e foi estimado em 2.310 mil trabalhadores. Foi registrado decréscimo no contingente de ocupados na indústria de transformação (10 mil, ou 3,2%). Registrou-se pequenas variações no setor de serviços (2 mil, ou 0,1%), na construção (1 mil, ou 0,5%)e no comércio e reparação de veículos (1 mil, ou 0,2%).
Ainda de acordo com a PED, o rendimento real médio dos ocupados foi estimado em R$ 1.359, o que representa redução de 1,5% em relação ao mês anterior. O salário real médio também apresentou decréscimo (1,0%), sendo estimado em R$ 1.320. O rendimento médio dos autônomos aumentou ligeiramente (1,0%), sendo estimado em R$ 1.467. No setor privado, foram observadas reduções no salário médio do setor de comércio e reparação de veículos (1,2%) e no setor de serviços (0,6%), já na indústria de transformação o salário médio permaneceu praticamente estável (0,3%).
Regiões
No conjunto das 7 regiões metropolitanas onde a Fundação Seade e o Dieese realizam a pesquisa, a taxa de desemprego no conjunto ficou estável em julho na comparação com junho, em 10,7%. A PED é realizada nas regiões metropolitanas do Distrito Federal, de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador e de São Paulo.
De acordo com a Seade e o Dieese, o nível de ocupação ficou em 0,6% e representou a criação de 119 mil postos de trabalho, número insuficiente para absorver as 133 mil pessoas que ingressaram na força de trabalho no conjunto das regiões. Isso resultou em um pequeno aumento de desempregados, que ficou em 14 mil pessoas. O total ocupado nas sete regiões pesquisadas foi estimado em 20.198 milhões de pessoas e a População Economicamente Ativa (PEA) fechou em 22,617 milhões.
O nível de ocupação elevou-se em quase todas as regiões: Salvador (1,2%); Fortaleza (1%); São Paulo (0,9%); Porto Alegre (0,9%) e Distrito Federal (0,7%). Além de Belo Horizonte que permaneceu relativamente estável, com pequena queda de 0,3%, no Recife houve um recuo mais acentuado, de 1,4%.
O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões cresceu 1% em junho ante maio, para R$ 1,495 mil. O rendimento real dos assalariados subiu 0,1% na mesma base de comparação, para R$ 1 533 mil. (Com Agência Estado)