Os automóveis ficaram mais caros na porta da fábrica em julho, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os veículos automotores, que incluem também caminhões, subiram 0,80% em relação a junho. Como resultado, a atividade teve o segundo maior impacto no IPP do mês, de 0,09 ponto porcentual na taxa de 0,54%, atrás somente da contribuição de alimentos (0,62 ponto porcentual).
O IPP mede a evolução dos preços dos produtos sem impostos e fretes, portanto, não é influenciado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor durante a última medição. Os produtores aumentaram a margem de lucro enquanto os consumidores compraram a preços mais baixos por causa da isenção do IPI no varejo.
"O automóvel está saindo mais caro da fábrica", afirmou Cristiano Santos, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE. "No caso de automóveis, houve tendência em julho de um aumento de margem (de lucro)." Os caminhões e peças para motores também puxaram o resultado do IPP em julho. A exigência na legislação de adoção de um motor menos poluente fez com que o produto ficasse mais caro.
"Mudanças de tecnologia também não deveriam afetar o IPP. Porém, nós enxergamos que houve sim no caso de caminhões uma tendência de agregar valor ao produto final como um todo. É o que aparece aqui. No caso de peças, são peças para o motor, então essa agregação do motor esta ligada à motorização de caminhões", explicou Santos.