O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, abriu nesta quinta-feira o 3º Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China, no Rio de Janeiro, informando que a bolsa brasileira assinou um acordo de cooperação com a China Universal Asset Management. O memorado de entendimento visa não apenas aproximar as instituições, facilitando o acesso e as informações dos mercados de capitais, contatos com participantes dos mercados e órgãos reguladores, mas também permitir a troca de informações e possibilitar o desenvolvimento de negócios no futuro. A China Universal é uma das maiores administradoras de recursos da China e está qualificada para investir no exterior.
Os investimentos chineses na bolsa brasileira chegaram a R$ 3,4 bilhões em 2011 e já têm 22 das chamadas contas 2.689 abertas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Resolução CMN 2.689/2000 permite a investidores não residentes (individuais ou coletivos, pessoas físicas ou jurídicas, fundos ou outras entidades de investimento coletivo) acesso aos mesmos produtos do mercado financeiro e de capitais brasileiro disponíveis aos investidores residentes. Assim, os "investidores 2.689" podem, por exemplo, investir em bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e fundos de investimento regulamentados pela CVM.
Edemir Pinto citou ainda oportunidades geradas pelo fato de a autoridade reguladora chinesa ter autorizado 59 fundos locais a investirem no exterior, com recursos que chegam a US$ 10 bilhões. O presidente da Shangai Stock Exchange, Zhang Yujun, destacou o interesse chinês em fazer um intercâmbio com a BM&FBovespa, intermediários e investidores brasileiros. "Nossos produtos (financeiros) ainda não são tão sofisticados, por isso precisamos dessa troca", disse.
A bolsa de Shangai atingiu 590 empresas listadas até julho, movimentando US$ 5 trilhões, e negocia 2 mil tipos de produtos como ações e ETFs. Seu portfólio de serviços vem crescendo a um ritmo de 50% ao ano. O cônsul geral interino da China, Wang Xi An, lembrou que o planejamento de cooperação entre Brasil e China inclui investimentos financeiros entre os dois países, ambos "emergentes que enfrentam desafios semelhantes".
O 3º Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China, que reúne empresas, bancos e corretoras, tem por objetivo o desenvolvimento de oportunidades de negócios entre os dois países, inclusive IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) e o debate de questões regulatórias.