Apesar da previsão de aumento de investimentos federais para o próximo ano, o país só deverá alcançar a meta de investir 24% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 ou 2016, admitiu hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A taxa de investimento compara os investimentos públicos e privados com o que a economia do país produz.
De acordo com o ministro, a meta de 24% era anunciada para 2010, mas o agravamento da crise econômica internacional fez a taxa de investimentos crescer menos que o previsto em 2011 e neste ano. “Imaginávamos que alcançaríamos essa taxa em 2010, mas houve um recrudescimento da crise internacional, que prejudicou o desempenho dos investimentos em 2011 e 2012. Teremos de postergar essa meta para 2015 ou 2016, mas o governo continuará a seguir a taxa mais elevada”, disse Mantega.
O ministro destacou que o governo está trabalhando para reverter a recaída, com a ampliação dos investimentos diretos da União e medidas de estímulo ao investimento privado. Entre as ações, ele citou os projetos de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os projetos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida e o programa de concessão de rodovias e ferrovias, lançado na semana passada.
Segundo a proposta de Orçamento Geral da União para 2013, anunciada hoje (30), os investimentos federais subirão 8,9% em 2013, de R$ 171,7 bilhões para R$ 186,9 bilhões. Esse valor, no entanto, é inflado pelas estatais. Sem as empresas públicas, os investimentos saltarão de R$ 64,7 bilhões, autorizados para este ano, para R$ 76,3 bilhões, no próximo.
De janeiro a julho de 2012, os investimentos próprios do governo federal (sem as estatais) somaram R$ 38,8 bilhões, expansão de 29,4% em relação ao mesmo período de 2011. Esse valor, no entanto, leva em conta os subsídios para os projetos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida. Se forem considerados apenas os gastos diretos em obras públicas, os investimentos totalizaram R$ 28,5 bilhões, com crescimento de 11,7%.