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Estado de Minas

Poupança fica mais rentável com redução na Selic

Com nova redução na taxa básica de juros, rendimento da aplicação preferida do brasileiro continua superando o dos fundos de renda fixa


postado em 31/08/2012 06:00 / atualizado em 31/08/2012 07:22

Sirlene Bambirra garante remuneração pela regra antiga da poupança(foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS)
Sirlene Bambirra garante remuneração pela regra antiga da poupança (foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS)
No cenário de juros básicos da economia em baixa (Selic) e de queda de remuneração dos investimentos, a caderneta de poupança continua ganhando dos fundos de renda fixa oferecidos pelos bancos. Com a Selic a 7,5% ao ano, a poupança antiga oferece rendimento mensal de 0,50% ao mês, ou 6,17% ao ano mais TR. Partindo do mesmo cenário, a poupança nova passará a ter ganho mensal de 0,43% ao mês (5,25% ao ano mais TR). Enquanto isso, a remuneração dos fundos de renda fixa está à mercê das taxas de administração cobradas pelos bancos, que em geral vão de 0,5% a 3% ao ano. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), apenas os fundos com taxa de administração igual ou inferior a 0,5% superam o rendimento da poupança no curto prazo.

Já os fundos com tempo de aplicação mais longo, entre seis meses e dois anos, ainda são vantajosos com taxas de até 1%. E só os fundos com resgate acima de dois anos valem a pena com custo de administração de 1,5%. Atordoados com as novidades, os investidores reagiram e foram aos bancos para pressionar por taxas de administração menores. Foi o que ocorreu com a funcionária pública Sirlene Bambirra. Suas economias estão guardadas em fundos priority e DI, mas foi preciso que o marido negociasse as taxas de administração com as instituições financeiras. Na poupança, ficaram apenas as economias dos filhos. “Nesse caso, garantimos a remuneração pela regra antiga”, diz. O engenheiro Luiz Antônio de Souza também mantém seu dinheiro em fundos DI, mas pressionou para que as taxas caíssem. “Tudo depende do montante que está aplicado. Numa das aplicações, cheguei a conseguir reduzir as taxas de 2,5% para 1%. Mas a negociação com os bancos nunca é fácil.”

De acordo com o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, com as mudanças na regra da poupança, as contas antigas podem passar a ter um retorno financeiro maior, seja sobre a nova poupança ou sobre os fundos de investimentos que cobram imposto de renda e taxa de administração. “Essa vantagem será maior quando maior for a queda da taxa básica de juros”, sustenta. Ainda segundo ele, por outro lado, a rentabilidade das novas poupança vai continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa. “A poupança ,velha ou nova, não paga Imposto de Renda, nem taxas de administração. Isso deverá provocar reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para não perderem clientes.”

Luiz Antônio: redução de 2,5% para 1% na taxa de administração de fundo(foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS)
Luiz Antônio: redução de 2,5% para 1% na taxa de administração de fundo (foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS)
Para Paulo Vieira, analista de investimentos, com as taxas nominais em queda, os brasileiros estão desconfiados e preferem deixar suas economias na poupança porque é mais difícil entender o funcionamento dos fundos. Nada menos do que 90% das cadernetas de poupança no Brasil possuem depósitos até R$ 3 mil. “O pequeno investidor não tem para onde correr”, afirma. Com o fim da janela de oportunidades de ganhos no mercado financeiro decretado pela redução da Selic, a saída para quem quer remunerar o capital será investir em renda variável ou apostar em empresas e empreendedores, defende Jurandir Macedo, consultor de finanças pessoais do banco Itaú. ”É hora de voltar o olhar para a área produtiva”, avisa.

Consumidor

Enquanto a Selic caiu 36% em um ano, até julho, a taxa média cobrada do consumidor reduziu apenas 14,22% no mesmo período, calcula a Anefac. Entre julho de 2011 e o mesmo mês deste ano, a Selic recuou 4,5 pontos percentuais, de 12,5% para 8% ao ano. Nesse intervalo, a taxa de juros média para pessoa física caiu 17,24 pontos, de 121,21% para 103,97% anuais.


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