A estiagem que devastou a colheita americana de grãos já está chegando ao bolso do consumidor brasileiro. Os efeitos da seca nos Estados Unidos fizeram os preços dos grãos dispararem mundo afora e o Brasil não escapou, apesar de estar colhendo safra nacional recorde de milho. Pratos tradicionais da culinária regional estão mais caros. É o caso do lombinho, da feijoada e do frango ao molho pardo. Levantamento do site Mercado Mineiro aponta que nos últimos 30 dias o quilo do frango resfriado acumulou alta de 12,5% na Região Metropolitana de Belo Horizonte, enquanto o lombo encareceu 25%. A costelinha ficou em média 13% mais cara, o lombinho 20,5%. Com a previsão de menor oferta mundial de grãos, a perspectiva é de aperto para o orçamento do consumidor.
A maior seca vista desde a década de 1950 no Meio-Oeste americano provocou uma quebra na colheita de grãos do país próxima a 130 milhões de toneladas, número que equivale a quase uma safra brasileira, estimada em 160 milhões de toneladas. As perspectivas ruins para o maior produtor mundial de alimentos fizeram as cotações, principalmente da soja e do milho, base da ração animal, dispararem. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que no acumulado do ano os preços pagos ao produtor brasileiro aumentaram 17% para o milho e 76% para a soja. Com o custo em alta, o consumidor deve ser criativo na cozinha e ficar atento a variações astronômicas.
A diferença de preços nos ingredientes da feijoada pode atingir 175%, como ocorreu com o valor do quilo da orelha de porco, que custa de R$ 1,99 até R$ 5,49 no mercado de BH. O quilo de pazinha também varia de R$ 5,49 até R$ 11,60, ou 111%. O mesmo vale para o quilo do pernil com osso inteiro, encontrado de R$ 7,49 até R$ 13,90, variação de 85%.
Na família do servidor público Júlio Tofanelli a carne suína é a preferida. São cerca de sete quilos consumidos por mês, entre lombo, pernil e costelinha. Ele diz que está atento aos preços e sempre que percebe altas expressivas ele muda o modo de consumo e passa a pesquisar mais. Segundo ele, o quilo de um bom pernil pode ser encontrado em Belo Horizonte por entre R$ 9 e R$ 11, diferença superior a 20%. A administradora Izabel Moreira notou que recentemente nos supermercados as aves sumiram da oferta. “O frango não está entrando mais nas promoções.” Para fugir do preço alto de cortes nobres das carnes em geral, ela faz compras no interior do estado, onde o preço chega a ser 70% menor. Como efeito da alta no custo de produção das granjas, a pedagoga Ellen Guimarães e o servidor público Atayde Guimarães notaram alta no preço do quilo do frango. “Quando o preço sobe, nossa opção é fazer receitas diferentes e comprar cortes mais baratos”, afirma Ellen.
Crise nas granjas
De acordo com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), a alta de preços dos insumos e escassez do crédito provoca uma crise no setor que já resultou em pelo menos 5,7 mil demissões. Segundo levantamento da entidade, de janeiro a agosto foram registradas altas de preços para o produtor de aves, equivalente a 90% nos preços do farelo de soja, de 58% na soja em grão e de 44% no milho. João Bosco Martins, presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Assemg), diz que entre março e agosto o preço pago ao produtor por quilo subiu de R$ 2,20 para
R$ 3,70, mas segundo ele, as cotações estão equiparados aos valores cobrados no mesmo período do ano passado. “Não há perspectiva de queda de preços da soja e do milho, que subiram muito em um período curto.”
Para fugir dos preços salgados dos alimentos, o engenheiro civil José Mauro Maciel e a dona de casa Waléria Braga também usam a estratégia de fazer compras de carnes no interior do estado, onde economizam 20%. José Mauro diz que as notícias de alta do preço do milho e do custo da produção já tem colocado os consumidores em alerta. Em sua família a alternativa não é reduzir o consumo, mas trocar o estabelecimento comercial, comparando mais preços e trocando açougues de costume por pontos de vendas com melhores ofertas.
Churrasco fica salgado
O churrasco também não escapa a disparada dos preços. Embora com menos intensidade que os suínos e o frango, a carne bovina também ficou mais cara no mercado. Segundo o levantamento do Mercado Mineiro, as maiores altas medidas nos últimos 30 dias foram encontradas para o chã de dentro, o filé mignon e a fraldinha, em média com alta de 4% nos últimos 30 dias. Em menor escala, também encareceram cortes como a maminha (2,89%), a picanha (1,38%) e o lagarto (3,28%). No mercado de Belo Horizonte, a variação de preços atinge 75,9% para a picanha e 165,8% para alcatra.
A maior seca vista desde a década de 1950 no Meio-Oeste americano provocou uma quebra na colheita de grãos do país próxima a 130 milhões de toneladas, número que equivale a quase uma safra brasileira, estimada em 160 milhões de toneladas. As perspectivas ruins para o maior produtor mundial de alimentos fizeram as cotações, principalmente da soja e do milho, base da ração animal, dispararem. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que no acumulado do ano os preços pagos ao produtor brasileiro aumentaram 17% para o milho e 76% para a soja. Com o custo em alta, o consumidor deve ser criativo na cozinha e ficar atento a variações astronômicas.
A diferença de preços nos ingredientes da feijoada pode atingir 175%, como ocorreu com o valor do quilo da orelha de porco, que custa de R$ 1,99 até R$ 5,49 no mercado de BH. O quilo de pazinha também varia de R$ 5,49 até R$ 11,60, ou 111%. O mesmo vale para o quilo do pernil com osso inteiro, encontrado de R$ 7,49 até R$ 13,90, variação de 85%.
Na família do servidor público Júlio Tofanelli a carne suína é a preferida. São cerca de sete quilos consumidos por mês, entre lombo, pernil e costelinha. Ele diz que está atento aos preços e sempre que percebe altas expressivas ele muda o modo de consumo e passa a pesquisar mais. Segundo ele, o quilo de um bom pernil pode ser encontrado em Belo Horizonte por entre R$ 9 e R$ 11, diferença superior a 20%. A administradora Izabel Moreira notou que recentemente nos supermercados as aves sumiram da oferta. “O frango não está entrando mais nas promoções.” Para fugir do preço alto de cortes nobres das carnes em geral, ela faz compras no interior do estado, onde o preço chega a ser 70% menor. Como efeito da alta no custo de produção das granjas, a pedagoga Ellen Guimarães e o servidor público Atayde Guimarães notaram alta no preço do quilo do frango. “Quando o preço sobe, nossa opção é fazer receitas diferentes e comprar cortes mais baratos”, afirma Ellen.
Crise nas granjas
De acordo com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), a alta de preços dos insumos e escassez do crédito provoca uma crise no setor que já resultou em pelo menos 5,7 mil demissões. Segundo levantamento da entidade, de janeiro a agosto foram registradas altas de preços para o produtor de aves, equivalente a 90% nos preços do farelo de soja, de 58% na soja em grão e de 44% no milho. João Bosco Martins, presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Assemg), diz que entre março e agosto o preço pago ao produtor por quilo subiu de R$ 2,20 para
R$ 3,70, mas segundo ele, as cotações estão equiparados aos valores cobrados no mesmo período do ano passado. “Não há perspectiva de queda de preços da soja e do milho, que subiram muito em um período curto.”
Para fugir dos preços salgados dos alimentos, o engenheiro civil José Mauro Maciel e a dona de casa Waléria Braga também usam a estratégia de fazer compras de carnes no interior do estado, onde economizam 20%. José Mauro diz que as notícias de alta do preço do milho e do custo da produção já tem colocado os consumidores em alerta. Em sua família a alternativa não é reduzir o consumo, mas trocar o estabelecimento comercial, comparando mais preços e trocando açougues de costume por pontos de vendas com melhores ofertas.
Churrasco fica salgado
O churrasco também não escapa a disparada dos preços. Embora com menos intensidade que os suínos e o frango, a carne bovina também ficou mais cara no mercado. Segundo o levantamento do Mercado Mineiro, as maiores altas medidas nos últimos 30 dias foram encontradas para o chã de dentro, o filé mignon e a fraldinha, em média com alta de 4% nos últimos 30 dias. Em menor escala, também encareceram cortes como a maminha (2,89%), a picanha (1,38%) e o lagarto (3,28%). No mercado de Belo Horizonte, a variação de preços atinge 75,9% para a picanha e 165,8% para alcatra.