A produção industrial registrou leve alta de 0,3% em julho, na comparação com o mês anterior, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta terça-feira. Foi o segundo índice positivo seguido, após três meses de queda. Em junho, o indicador havia registrado alta de 0,2%.
Na comparação com julho de 2011, a produção caiu 2,9%, foi a 11.ª taxa negativa consecutiva. Em 2012, a produção da indústria acumula queda de 3,7%. E, em 12 meses, a queda é de 2,5%. A alta de 0,3% fez o índice de média móvel trimestral registrar uma variação de -0,1% para o trimestre findo em julho.
Para o economista do IBGE, André Macedo, a indústria começa a esboçar reação diante das medidas de incentivo do governo, como a redução do IPI para veículos e eletrodomésticos da linha branca e itens de mobiliário. No entanto, o economista aponta que os dois resultados positivos seguidos, após três meses de queda, não anula as perdas acumuladas de março a maio.“A ligeira retomada da atividade industrial não foi o suficiente para superar as perdas de 2%”, disse.
"Segmentos que de alguma forma foram favorecidos (pelo governo), especialmente pela redução de IPI, mostram comportamento diferenciado em relação a meses anteriores, como os automóveis, os eletrodomésticos da linha branca e itens de mobiliário que fazem parte dos bens duráveis", disse Macedo.
"Mas, em termos de uma magnitude de crescimento maior para a indústria como um todo, isso acaba não tendo efeito de ampliar o crescimento industrial, porque ainda há outras atividades que não cresceram. Ainda há um predomínio de atividades em queda", acrescentou.
Na passagem de junho para julho, apenas 12 dos 27 ramos investigados registraram crescimento na produção. Entre os setores que tiveram as maiores perdas na passagem de junho para julho estão produtos de metal (-6,7%), outros equipamentos de transporte (-7,4%), farmacêutica (-4,8%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-4,1%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-4,8%).
O avanço no setor de veículos automotores foi de 4,9%, máquinas e equipamentos teve aumento de 3,0%, enquanto mobiliário caiu 3 1%. Entretanto, dentro de mobiliário, os itens considerados bens de capital, como móveis para escritório, explicam a queda, enquanto o mobiliário que se encaixa na categoria de bens duráveis registrou expansão, explicou Macedo.
"O setor de máquinas e equipamentos teve o quarto resultado positivo consecutivo. Parte desse resultado é puxada pelo maquinário para o setor industrial e para fins agrícolas, mas também é explicada pela fabricação de eletrodomésticos da linha branca. O setor acumulou 5,4% de alta nesses quatro meses de crescimento", contou o gerente do IBGE. (Com Agência Estado)