Os líderes europeus, entre eles o presidente da União Europeia (UE) Herman Van Rompuy, que viajará a Paris nesta quarta-feira, multiplicam as declarações tranquilizadoras na véspera de uma aguardada reunião do Banco Central Europeu (BCE).
"A crise é percebida, equivocadamente, como uma ameaça para a sobrevivência da zona do euro", afirmou Van Rompy, que se reunirá no início da tarde com o presidente francês, François Hollande.
Apesar de reconhecer que existe uma "dúvida existencial sobre a zona do euro", o presidente do bloco europeu declarou estar "convencido de que a dúvida será dissipada".
"Está levando mais tempo do que pensávamos, mas vamos conseguir", disse.
Os líderes europeus não fazem segredo de que o BCE terá que ajudá-los a alcançar o objetivo. Van Rompuy considerou que as taxas de juros impostas a alguns países são "totalmente injustificáveis economicamente", repetindo as declarações do presidente francês e do chefe de Governo italiano, Mario Monti.
Eles pediram na terça-feira em Roma para que as autoridades europeias, a começar pelo BCE, aliviem as tensões sofridas particularmente pela Itália e Espanha nos mercados de títulos.
A expectativa agora fica por conta das declarações que o presidente do BCE, Mario Draghi, fará na quinta-feira em uma coletiva de imprensa, que tradicionalmente marca o fim da reunião dos membros da instituição.
Prova da importância desta reunião é a presença do chefe do Fórum do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que apresentará a análise dos ministros das Finanças da zona do euro.
Os líderes europeus e os investidores esperam que Draghi explique as medidas que devem ser aplicadas para reduzir os custos de financiamento dos países mais fracos, uma promessa delineada há um mês.
No entanto, os mercados continuam duvidosos e muitos analistas pediram maior cautela.