A Comissão de Defesa da Indústria Brasileira (CDIB) criticou a escolha dos 100 produtos que terão aumento do Imposto de Importação para países fora do Mercosul. Um dos fundadores da CDIB e presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Vassouras, Escovas e Pincéis (ABVEP), Manolo Canosa Miguez, disse que lista contempla apenas setores com grande lobby político. "São setores com poder de fogo muito grande", afirmou, citando o setor de alumínio.
Segundo ele, setores mais afetados com a concorrência dos importados não foram contemplados, como ótica, baterias, motocicletas e o seu próprio setor, o de escovas. Ele acredita também que o impacto da medida será pouco "para brecar" a entrada de produtos importados. Miguez disse que medidas antidumping ainda são mais eficientes no combate à concorrência desleal dos importados.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que entre os critérios utilizados para análise dos pedidos e seleção dos produtos estão a compatibilidade com o Plano Brasil Maior, o programa de margem de preferências, o novo regime automotivo, o grau de penetração das importações, balança comercial deficitária e agregação de valor na indústria doméstica.
O governo anunciou na terça-feira (04) os 100 primeiros produtos que irão integrar a nova lista de exceção à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. O número irá dobrar até outubro, segundo informou o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A expectativa é que as novas alíquotas do Imposto de Importação, que chegou a 25% em grande parte dos produtos, passem a vigorar no dia 26 de setembro.
O Brasil ainda irá submeter a lista para aprovação da Argentina e do Uruguai. O Paraguai não participará do processo porque está suspenso do Mercosul. A Venezuela, o mais novo sócio, não poderá opinar porque a decisão de criação da nova lista de exceção foi aprovada pelo bloco antes da sua entrada.