Para o estrategista-chefe da Santander Asset Management, Ricardo Denadai, a novidade da ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, está na ênfase que o documento dá para a discussão sobre inflação. Em vários momentos da ata (nos parágrafos 25, 28 e 29, por exemplo), ressalta o economista a autoridade discorre sobre a estrutura de preços ao consumidor. "Ele reconhece que, no curto prazo, o choque agrícola é prejudicial para a inflação doméstica, mas que no médio prazo a inflação convergirá para a trajetória da meta ainda que não linearmente", diz Debanai.
Outro ponto destacado pela ata, no que diz respeito à discussão sobre inflação, segundo o economista da Santander Asset, é a reiteração do BC de que o cenário externo permanece desinflacionário. O BC observa, segundo Denadai, que o crescimento da economia externa permanecerá baixo por um período prolongado.
Denadai viu ainda na ata um aumento na convicção do Banco Central quanto aos impactos das medidas de estímulo ao crescimento da economia adotadas pelo governo. "O BC está vendo que aos poucos as medidas estão surtindo efeito e que a atividade irá se intensificar ao longo do próximo ano, mas que não será inflacionária", afirma o economista.