O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveitou o discurso na cerimônia de posse do novo presidente do Banco do Nordeste (BNB) Ary Joel Lanzarin, para criticar a gestão do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele comparou as ações para enfrentamento de crises dos dois governos. Segundo o ministro, o mundo enfrenta hoje uma crise de grandes proporções, que afeta também os países emergentes. Mas completou dizendo que o Brasil apresenta condições diferentes das do passado para enfrentar essa crise.
O ministro destacou que o País continua trabalhando com pleno emprego, com o aumento da massa salarial a mais de 5% ao ano, e tem apresentado um aumento na renda dos trabalhadores, o que, diz ele, reforça o mercado doméstico. "Hoje, o governo pode adotar políticas anticíclicas e isso muda o panorama em relação ao passado", disse. Sem citar nomes, o ministro disse que, no passado, o País tinha de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para não ter um default.
Mantega lembrou também que houve a crise do apagão elétrico no País, afirmando que, "naqueles tempos", o governo aumentava juros e impostos e reduzia investimentos para enfrentar crises. Ele citou que, em 2003, quando o PT assumiu o poder, as reservas internacionais brasileiras estavam em US$ 15 bilhões. Hoje estão em US$ 377 bilhões. Mantega também destacou o ciclo de redução de juros no País. "Hoje podemos reduzir os juros para o menor patamar de todos os tempos", enfatizou. Ele mencionou ainda a queda da TJLP, que também está no menor patamar, e disse que o BNDES já oferece taxas negativas para financiar o investimento.
Habitação
Em plena crise de 2008 e 2009, prosseguiu o ministro, o governo lançou o maior programa habitacional, o Minha Casa Minha Vida. "Falo da crise de 2008 e 2009 porque a crise de hoje nada mais é do que continuação daquela crise. Agora, lançamos o maior programa de concessões, com investimentos de R$ 133 bilhões", disse. "É assim que se enfrenta crise", emendou para concluir: "Com mais investimentos, reduzindo juros e tributos".
Segundo Mantega, haverá uma desoneração de R$ 45 bilhões em tributos até o final do ano com as medidas já tomadas pelo governo. "Vamos continuar reduzindo custos para as empresas ficarem competitivas. Temos de continuar reduzindo spreads e os juros para o tomador doméstico", completou.