Analistas acreditam que a China deve elevar os preços dos combustíveis no varejo em pelo menos 5%, possivelmente neste fim de semana, para repassar a alta dos preços internacionais do petróleo. Para eles, o governo chinês não deverá adiar o aumento como fez no passado por causa de temores quanto à inflação, porque o índice de preços ao consumidor tem mostrado desaceleração neste ano.
A elevação dos preços da gasolina e especialmente do diesel ajudará as grandes empresas de petróleo do país a melhorarem seus balanços; a demanda por diesel deverá crescer durante a temporada de colheita de grãos, que está para começar.
"Achamos muito provável que o governo eleve os preços de derivados de petróleo, talvez neste domingo", disse a analista Hu Huichen, da consultoria de energia Chem99. "A pressão sobre a inflação doméstica diminuiu", observou Tian Miao, analista da North Square Blue Oak.
De acordo com a consultoria ICIS C1, o valor da cesta de petróleo bruto usada como referência na China teve uma elevação de 8,36% entre 8 de agosto e esta quinta-feira. A política chinesa de preços para combustíveis prevê que os preços no varejo sejam ajustados quando o preço médio da cesta de referência sobe mais de 4% num período de 22 dias úteis.
Segundo a Chem99 e a ICIS C1, a alta dos preços provavelmente será de 450 yuan a 520 yuan por tonelada métrica, tanto no caso do óleo diesel como da gasolina. Isso representaria um aumento de 5,0% a 5,7% no caso da gasolina e de 5,4% a 6,3% no caso do diesel.
O índice de preços ao consumidor da China mostrou desaceleração por cinco meses consecutivos e alcançou em julho o nível mais baixo em dois anos e meio, em 1,8% ao ano. O índice de agosto será divulgado neste domingo e economistas consultados pela Dow Jones preveem uma alta de 2,0%.
A analista Hu Huichen disse que o governo tem disposição de ajudar as refinarias a melhorarem suas margens de lucro, de modo a encorajá-las a vender mais derivados e "manter a oferta ao mercado".