Oito empresas brasileiras de renome no setor têxtil e de calçados estão explorando o mercado cubano a fim de aumentar a presença de seus produtos como parte de uma crescente aproximação bilateral, informaram neste sábado os meios de comunicação locais.
A Fashion-Brasil 2012 foi inaugurada na sexta-feira, Dia da Independência do Brasil, com o objetivo de exibir produtos como as sandálias Ipanema, as confecções para crianças e adolescentes da Brandili, e as peças em crochê da Círculo aos empresários cubanos.
Fernando Pintos Borges, da Grendene, primeira exportadora de calçados do Brasil, manifestou sua intenção de incrementar o fornecimento de produtos para a ilha pela aceitação que têm entre a população, segundo a Agência de Informação Nacional (AIN).
"Sentimos grande carinho por esta nação e acreditamos que a Círculo pode ser um bom fornecedor de matérias-primas a preços módicos", afirmou a representante dessa entidade, Milena Graciola.
O Brasil, sexto sócio comercial de Cuba, se converteu, em 2011, no primeiro fornecer de alimentos da ilha e no segundo receptor de suas vendas de medicamentos e vacinas.
"Queremos muito mais, queremos atrair mais empresas brasileiras, que possam produzir aqui, que possam aproveitar tecnologias cubanas que não existem no Brasil, como, por exemplo, vacinas e medicamentos", afirmou à televisão local o embaixador cubano José Felicio.
As empresas que participam na exposição podem ajudar no "esforço do Governo cubano de diversificar suas exportações e de reduzir sua dependência externa", acrescentou Felicio.
O vice-ministro do Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiro, Antonio Carricarte, pediu esta semana para diversificar as vendas de Cuba, pois 60% delas se concentram em cinco produtos: níquel, medicamentos, açúcar, rum e tabaco.
Além disso, 70% dessas vendas estão dirigidas para apenas cinco países: Venezuela, China, Canadá, Holanda e Espanha.
No final de agosto, o Brasil concedeu um crédito a Cuba de 200 milhões de dólares para importar maquinário destinado a seu programa alimentar, e proporcionou assistência jurídica para o futuro funcionamento do porto de Mariel, 50km a oeste de Havana, um projeto em que os dois países participam a um custo superior aos 800 milhões de dólares.