A reforma das finanças mundiais após o estabelecimento da Basileia III implicará em uma alta "moderada" das taxas de juros aplicadas pelos bancos nos Estados Unidos, Europa e Japão, de acordo com um relatório realizado por especialistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado nesta terça-feira. "A reforma financeira tem um preço", disseram os autores do estudo.
Este processo "deve ser traduzido no longo prazo em uma alta moderada das taxas de juros bancários dos Estados Unidos, Europa e Japão", disseram os economistas, em referência à nova regulação bancária Basileia III, que entrará em vigor no dia 1º de janeiro.
Os critérios do acordo de Basileia III, adotados em 2010, são normas que reforçam a regulação financeira imposta pela Basileia II (2004), com o objetivo de obter uma maior medição do risco nas operações de securitização e nas carteiras dos bancos.
"A alta nos níveis de requerimento de capital e de liquidez levará a um incremento dos custos aplicados aos credores, o que afetará os clientes dos bancos, os empregados e os investidores", disse o FMI. Após a reforma, as taxas de juros poderiam subir no longo prazo em uma média de 28 pontos base nos Estados Unidos, 17 na Europa e 8 no Japão, de acordo com o relatório, que destacou haver incertezas com relação a essas estimativas.
De qualquer forma, os economistas do FMI acreditam que os bancos têm "a capacidade de se adaptar" a essas mudanças sem tomar medidas que afetem a economia em seu conjunto. A realização dos acordos de Basileia III gerou muitas reticências por parte dos bancos, por si só afetados pela crise da dívida.