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Estado de Minas

Indústria comemora redução nas tarifas que diminui custo Brasil

CNI prevê repasse para os consumidores


postado em 12/09/2012 06:00 / atualizado em 12/09/2012 07:19

Fábricas de alumínio vão ter corte de até 28% na conta de luz a partir de 2013(foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS)
Fábricas de alumínio vão ter corte de até 28% na conta de luz a partir de 2013 (foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS)
As empresas que fazem uso intensivo de energia apostam na redução dos encargos setoriais que incidem sobre a conta de luz para retomar parte da competitividade perdida no mercado interno e externo, mas afirmam que ainda será preciso calcular o real impacto da medida em sua planilha de custos. Indústrias do segmento, como a de alumínio e a siderúrgica, serão beneficiadas com percentuais de desconto nas tarifas que chegarão aos 28%, teto do anúncio feito ontem pelo Ministério das Minas e Energia (MME). A medida também poderá ser decisiva para a retormada de investimentos que ficaram parados por causa do agravamento da crise na Europa. Hoje, a participação da energia elétrica no custo da tonelada do aço chega a 10% nas usinas semi-integradas, que não contam com a vantagem de dominarem o ciclo completo da produção.

"Essa medida aumenta a competitividade da indústria e estimula o investimento porque reduz preços e faz com que o empresário tenha mais confiança em produzir e gerar emprego no Brasil. Teremos um produto mais competitivo no mercado nacional e internacional", afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, em nota. Para o Instituto Aço Brasil (IABr), um dos grandes problemas da indústria nacional hoje é a perda de competividade. "A desoneração da energia elétrica vai na direção de recuperar parte dessa competitividade num cenário internacional de competição acirrada e muitas vezes desleal", afirmou a entidade em nota. Para a instituição, a medida é tão bem-vinda quanto o recente aumento das tarifas de importação e o fim da guerra fiscal nos portos."São medidas que, em seu conjunto, fazem com que a indústria brasileira do aço tenha melhoria na sua competividade, considerando que o Brasil tem o terceiro maior custo de energia elétrica entre 27 países, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)".

Retomada

De acodo com o presidente da ArcelorMittal Aços Longos para a América do Sul, Augusto Espeschit de Almeida, a medida favorece a decisão de retomar o projeto de duplicação da usina de João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais, orçado em US$ 1,2 bilhão. "Com certeza, facilita e muito a retomada de investimentos. O custo menor com os insumos melhora não só o retorno do projeto como também o valor presente do empreendimento", disse o executivo. A ArcelorMittal anunciou a paralisação das obras em novembro do ano passado, diante do agravamento da crise na Europa. "Foi uma decisão histórica e corajosa, um passo acertado de que a economia precisava como parte de um processo de fortalecimento da indústria", disse.

Outros segmentos eletrointensivos, como a produção de papel e celulose e de ferro-gusa, também comemoraram a decisão. Mas ainda vai levar um tempo para que as empresas façam as contas do impacto da medida na redução de custos. Para a Alcoa, a quantificação dos efeitos da medida em suas atividades no Brasil necessita de uma análise mais aprofundada das medidas anunciadas e dependerá, entre outros fatores, da negociação do contrato já vigente com a Eletronorte, empresa que fornece energia elétrica à companhia em sua operação em São Luís (MA). A Gerdau também avaliou como positiva a iniciativa, mas diz que vai analisá-la para mensurar os reflexos em suas operações. (Com Marta Vieira)


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