Alvo de polêmicas nas redes sociais por xingar uma cliente com palavras de baixo calão, a loja virtual de roupas e acessórios Visou voltou ao ar na tarde desta quarta-feira. Ontem, os responsáveis pelo site excluíram sua própria fan page no Facebook www.facebook.com/lojavisou, que até então tinha 15 mil curtidores. Após a retirada da página da rede social, surgiram homônimas criadas por internautas sem relação com os responsáveis pela loja, com o intuito de caçoar da situação. Em alusão a um recente boom da internet, umas das páginas foi intitulada "Visou indelicada".
O caso ganhou repercussão depois que as ofensas do funcionário à cliente, pelo Facebook, começaram a ser reproduzidas na internet. Ao questionar a demora na entrega de um anel comprado há cerca de dois meses e ainda não recebido, a jornalista Nina Gazire, foi chamada de "mimada" e de "comunistazinha de m*". O funcionário da Visou ainda mandou a jornalista "procurar um macho".
Não bastassem as ofensas e os impactos negativos para a loja, a Visou teve que enfrentar mais uma lambança. Isso porque a retratação pública feita pelo funcionário também assinada em nome do próprio site e publicada na internet foi copiada de outro jornal. No documento, a loja afirma que efetuou o estorno do pagamento, alegando que a cliente fez a compra em julho e não no início do ano, como ela disse.
Na Justiça
Também por meio das redes sociais, a jornalista Nina Gazire disse que pretende acionar o Procon e processar a loja pelas ofensas cometidas virtualmente. Para o presidente da Comissão de Informática e de Direitos Eletrônicos e Crimes Eletrônicos, Luís Felipe Silva Freire, há grande possibilidade de condenação para o funcionário e a empresa.
Segundo o advogado, o consumidor que se sentir lesado deve procurar seus direitos na esfera cível e penal. Luís Felipe explicou que, nesses casos, a indenização por danos marais, arbitrada pelo juiz, varia de R$ 5 mil a R$ 80 mil. “Mas isso vai depender das provas, das testemunhas, por isso é importante o consumidor lembrar de guardar todos os comprovantes, recibos e se possível, dar um 'prit na página'”. ressalta.
Já na esfera penal, a empresa e o funcionário podem vir a responder por calúnia e injúria. Nesses casos, as penas variam de 1 a 6 meses de prisão ou multa. “Vale lembrar também que, caso a empresa não cumpra o prazo estipulado, o cliente pode rescindir o contrato e solicitar a devolução do dinheiro, inclusive com acréscimo de juros e correção monetária”, conclui.