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Estado de Minas

Medidas de impulso ainda surtirão efeito, aponta Tombini


postado em 12/09/2012 13:36

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, salientou, em audiência na manhã desta quarta-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que os "impulsos já contratados" apresentarão impacto na economia real com defasagem. Entre eles, citou a redução da taxa básica de juros, a melhora das condições de liquidez do sistema financeiro, melhores condições de financiamento para famílias e empresas e incentivos fiscais e tributários. "Esses impulsos vão ter mais efeitos ao longo deste semestre e em 2013", previu.

Tombini destacou que o crédito continua em expansão, porém mais moderada. "Há melhoria das condições de financiamento. Temos uma redução do pico e temos melhora significativa nas taxas cobradas", disse. "Depois de algum tempo, diga-se de passagem, as taxas não refletiam taxa Selic menor, mas depois as taxas tiveram impulso para baixo bastante forte e recentemente caíram mais forte do que a taxa básica da economia. Isso é melhor financiamento", resumiu.

Além disso, o presidente do BC salientou que fatores de sustentação da demanda ainda estão presentes na economia, como a taxa de desemprego em nível historicamente baixo e a expansão da massa salarial. Ele lembrou também que a taxa prime brasileira estava em 12,4% em junho passado. "O crédito também dá sustentação a isso", pontuou.


Tombini ressaltou ainda que a geração de empregos formais está na casa de 1,2 milhão em 12 meses até julho, que o rendimento real está crescendo entre 4% e 4,5% e que a massa salarial real está se expandindo em mais de 6% no período. "Isso é importante para sustentar demanda. A demanda se manteve bastante resiliente na economia brasileira no primeiro semestre", enfatizou.

Segundo o presidente do BC, o crescimento do varejo revela que a economia brasileira está reagindo e, em particular, reagindo às medidas que foram tomadas nesse período pelo governo.

Tombini salientou que a indústria brasileira apresenta estoques em níveis mais adequados e conta agora também com melhores condições de competitividade. "Já temos alguns sinais de recuperação moderada de recuperação da indústria, confiança dos empresários em alta, e a utilização da capacidade instalada volta a subir", enumerou. "O emprego na indústria passou bem pelo ciclo mais desfavorável da economia", acrescentou.

Sobre a agropecuária, Tombini disse que a expectativa é a de que a safra deve bater um novo recorde em 2012. "Tivemos fatores climáticos adversos no primeiro trimestre, mas no segundo trimestre (o setor) já apresenta significativa recuperação", considerou.

Tombini ressaltou que os recursos disponíveis para o financiamento do Plano Safra 2012/2013 são 7,5% maiores do que os do ciclo anterior. O presidente do BC comentou ainda que as perspectivas do mercado apontam recuperação do PIB agrícola à frente.


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